Uma parte da sonda espacial, denominada Cosmos 482, que esteve em órbita por 53 anos, deve finalmente cair na Terra. Cientistas preveem que a peça deve atingir o planeta por volta do dia 10 de maio.
Existe uma certa preocupação sobre onde o objeto pode cair. Isso porque os cientistas não têm certeza sobre qual o tamanho e formato exatos do lixo espacial. De acordo com o astrofísico, Dr Jonathan McDowell, caso a peça seja uma capsula de reentrada (aquela que retorna à terra após uma missão espacial), esta teria capacidade de suportar a entrada na atmosfera terrestre e cair sem sofrer danos. Para ele, mesmo sendo ínfima a possibilidade de alguém ser atingido, é importante ter cautela.
Data e localização da queda
Conforme publicado em seu blog, o cientista holandês Marco Langbroek, a data prevista para a queda do objeto é entre os dias 09 e 11 de maio. Marco não cravou uma data específica para a queda do objeto por conta da atividade solar, que interfere na órbita do lixo espacial.
Ele explicou que, por conta do local da órbita do objeto, ele pode cair em qualquer localidade situada entre 52 graus de latitude norte a 52 graus de latitude sul. Dada a trajetória do objeto, uma vasta área, desde os Estados Unidos até a Austrália, pode ser o fim da linha da cápsula. Contudo, como nosso planeta é formado por 70% de água, a maior probabilidade é de cair no oceano.
Imagem de Vênus em alta definição capturada pelo satélite SDO (Foto: reprodução/NASA/Getty Images Embed)
História da Cosmos 482
Lançada em 1972, a Cosmos 482 foi uma sonda espacial de origem soviética, cujo objetivo era chegar a Vênus, da mesma maneira que ocorreu com a primeira sonda enviada, chamada de Venera 8. Contudo, a missão fracassou e os restos da nave acabaram permanecendo na órbita terrestre.
A Cosmos 482 era de propriedade do Instituto de Pesquisa da União Soviética, fundado na década de 1960, para fazer frente à corrida espacial contra seu principal concorrente, os Estados Unidos.
Ilustração de lixo espacial orbitando a Terra (Foto: reprodução/Maciej Frolow/Getty Images Embed)
Lixo espacial preocupa
Segundo um estudo publicado recentemente pela Universidade da Columbia Britânica do Canadá, é crescente o risco de lixo espacial colidir com aeronaves ao adentrarem na atmosfera da Terra. Para os autores da pesquisa, embora o risco seja pequeno, as consequências podem ser devastadoras. O estudo concentrou-se em tratar de foguetes, que são maiores e, por isso, representam maior risco.
Conforme o estudo, em grandes espaços aéreos, como o nordeste dos Estados Unidos e parte da Ásia, o risco de colisão é de 26%. Também foi registrado que mais de 2.300 restos de foguetes orbitam o espaço, podendo adentrar descontroladamente na atmosfera, e que menos de 35% destes têm sua reentrada controlada por especialistas.
Foto destaque: Cosmos 482 antes do seu lançamento, em 1972 (Reprodução/X/@AlviroIskandar)