No dia 21 de setembro é celebrado o dia nacional de luta da pessoa com deficiência, data essa oficializada por lei no Brasil em 2005, lei essa que reconhece os avanços em relação a políticas públicas voltadas à inclusão e acessibilidade. No último censo realizado pelo IBGE, em 2010, o Brasil possuía mais de 40 milhões de pessoas com algum grau de dificuldade em enxergar, ouvir, caminhar ou deficiência mental/intelectual, o que representava à época 24% da população do país. Na era da tecnologia é muito importante refletir sobre os avanços no desenvolvimento de produtos acessíveis e funcionais.
Em entrevista a Forbes, Fabricio Teixeira, Design Partner na Work & Co no Brooklyn, explica a responsabilidade com o design “Como designers, nossa responsabilidade não é apenas pensar em criar belas experiências visuais, mas também funcionais e fáceis de usar. E, portanto, parte de nossa responsabilidade é ajudar a representar todos os usuários, não apenas uma parte; devemos sempre nos esforçar para projetar produtos e experiências que sejam acessíveis a todos.”
Era da tecnologia (Foto: Reprodução/blog portal da educação)
Já com acessibilidade digital Paula Brito, também Designer na Work & Co no Brasil, é uma pessoa com deficiência e explica que o entendimento sobre acessibilidade digital se limitava a projetar para pessoas com deficiências visuais. “No ambiente mais inclusivo de hoje é importante que o designer pense a acessibilidade de forma mais ampla: visual, auditiva, verbal, linguística, física, motor, cognitivo. Além disso, alguns usuários podem estar com uma deficiência temporária. Um usuário com um braço engessado precisa do mesmo nível de conforto ao usar um aplicativo com uma mão que um usuário com deficiência permanente”, afirmar Paula a Forbes.
“Garantir que um produto seja acessível pode ter vários efeitos na inclusão da comunidade com deficiência e melhorar sua experiência com tecnologias assistidas, como leitores de tela, por exemplo. Para pessoas de diferentes países e gêneros, a inclusão está na comunicação de uma marca com peças gráficas que trazem diversidade, fotografias de pessoas diversas, por exemplo, e ‘copywriting’ inclusivo e neutro. De maneiras diferentes, cada pessoa simpatiza com as ferramentas digitais que usa diariamente” acrescenta.
Não possuir estes auxílios impacta diretamente no consumo deste público, que representa ¼ da população brasileira. Segundo pesquisa da empresa britânica Click-Away Pound com pessoas que apresentam algum tipo de deficiência, 60% dos participantes relataram abandonar sites devido às barreiras de acessibilidade identificadas e 85% disseram que gastariam mais em lojas virtuais que possuam ferramentas de acessibilidade.
alguns elementos deveriam ser implementados nos sites:
- Inclusão de legendas ocultas nos vídeos, para os leitores com deficiência auditiva;
- Inclusão de textos alternativos em imagens para os leitores com deficiência visual.
- Funcionalidades do teclado para as pessoas que possuem alguma dificuldade no uso do mouse (como o uso da tecla Tab para rolagem de página).
Desta forma, a construção da acessibilidade digital é mais do que apenas um pré-requisito que os sites devem seguir, mas sim uma forma de inclusão social.
Foto Destaque: Razer. Reprodução/ Startups