Ex-comandante do exército, general Júlio César Arruda, afirmou nesta quinta-feira (22), que decisão de não permitir a prisão imediata dos golpistas acampados em frente ao QG do Exército de Brasília, foi tomada com integrantes do governo do atual presidente Lula, na tentativa de golpe do 8 de janeiro.
Arruda prestou depoimento ao STF como testemunha em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e do tenente-coronel Mauro Cid na ação que apura um golpe de estado na intenção de manter ex-presidente no poder ilegalmente.
Júlio César Arruda em depoimento de defesa a Mauro Cid (Foto: reprodução/Instagram/@caminhopoliticomt)
Questionado pelo STF
Alexandre de Moraes, relator do caso, questiona o ex-comandante do exército, e pede justificativa de Arruda sobre não ter cumprido a ordem de prisão no acampamento do QG.
Ministro relatou o depoimento de Fábio Augusto Vieira, comandante da polícia militar do Distrito Federal: “O senhor sabe que minha tropa é um pouco maior que a sua, né?", teria dito Arruda proibindo o comandante de cumprir a ordem de retirar os acampados.
Tentativa do golpe de 8 de janeiro (Foto: reprodução/Instagram/@opovoonline)
Para apaziguar a situação
General diz que agiu de tal forma para apaziguar a situação. Ele afirma: "Já respondi isso aí nas minhas declarações à Polícia Federal, vou repetir exatamente. Ali estava um clima de nervosismo, o senhor sabe disso, o senhor sabe bem disso, e minha função era acalmar. Então, eu falei 'isso aí tem que ser feito de maneira coordenada. Vamos fazer isso aí de forma coordenada'”.
Arruda também nega que tenha qualquer enfrentamento direto com o comandante coronel Fábio Augusto da PMDF.
Moraes cumpriu ordem judicial só na segunda-feira pela manhã. O depoimento de Arruda encerrou a etapa de oitavas das testemunhas de defesa de Mauro Cid.
Foto destaque: Júlio César Arruda (Reprodução/Instagram/@123ademirreis)