Após uma disputa acirrada nas urnas, Daniel Noboa foi reeleito presidente do Equador neste domingo (13), com 56% dos votos válidos, superando a candidata da oposição, Luisa González, que obteve 44%. Noboa assumiu seu primeiro mandato em 23 de novembro de 2023, após vencer uma eleição antecipada convocada para completar o período presidencial de Guillermo Lasso, que havia dissolvido a Assembleia Nacional e deixado o cargo antes do fim do mandato.
Durante esse período inicial, Noboa adotou uma postura dura no combate ao narcotráfico e ao crime organizado. Entre suas principais medidas estavam o envio de militares às ruas e aos presídios, além da declaração de “conflito armado interno”. Apesar da popularidade conquistada com essas ações, o presidente também foi alvo de críticas por supostos abusos de poder e por ultrapassar limites legais nas políticas de segurança pública.
Reeleito, Noboa promete manter o foco na segurança. Seu plano inclui a permanência das Forças Armadas nas ruas, a construção de presídios de segurança máxima e a possibilidade de reintroduzir bases militares estrangeiras no país. Além disso, o presidente busca ampliar parcerias internacionais — especialmente com os Estados Unidos e países europeus — para fortalecer o combate às organizações criminosas transnacionais.
Oposição contesta resultado e fala em fraude
Mesmo com o anúncio oficial do resultado, Luisa González declarou que não reconhecerá a vitória de Noboa. Durante discurso aos apoiadores, afirmou que “o Equador vive uma ditadura e a fraude mais grotesca de sua história”. “A Revolução Cidadã sempre reconheceu a derrota quando os dados mostraram isso. Desta vez, foi diferente”, declarou.
Luisa González denuncia fraude nas eleições (Foto: reprodução/Armando Prado/AFP/Getty Images Embed)
Em resposta, Daniel Noboa garantiu que sua vitória foi legítima e que “não há dúvidas” quanto à calreza do processo eleitoral.
Crise social, econômica e política desafia novo mandato
A reeleição de Noboa ocorre em meio a um cenário nacional instável. O Equador enfrenta uma grave crise de segurança pública, impulsionada pela atuação de facções criminosas. A violência crescente tornou o país um dos mais perigosos da América Latina, abalando o turismo, o comércio e a qualidade de vida da população.
A economia equatoriana também dá sinais de esgotamento. A ausência de políticas públicas eficazes para geração de renda, somada às limitações impostas pela dolarização, tem deixado a população em situação de vulnerabilidade crescente.
Equador enfrenta segundo turno presidencial acirrado (Foto: reprodução/Rodrigo Buendia/AFP/Getty Images Embed)
Daniel Noboa, agora eleito até 2029, terá pela frente o desafio de governar um país polarizado, reaquecer a economia e recuperar a confiança nas instituições. Sua capacidade de dialogar com diferentes setores políticos e de promover reformas estruturais será determinante para garantir a governabilidade nos próximos anos.
Foto Destaque: Daniel Noboa é reeleito presidente do Equador até 2029 (Reprodução/X/@eixopolitico)