Em 2022, completam-se 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil. O voto feminino foi garantido em 1932 pelo Código Eleitoral através do decreto nº 21.076, que concedeu às mulheres o direito de votar e serem votadas. Com quase um século de direito ao voto, a participação feminina é baixa na política. Coincidentemente, a primeira eleitora e a primeira mulher eleita no país são naturais do Rio Grande do Norte. São elas: Celina Guimarães e Luiza Alzira Soriano, respectivamente. A professora Celina votou pela primeira vez em 1927 e Alzira assumiu a prefeitura da cidade de Lajes em 1929.
Celina Guimarães, primeira eleitora brasileira. (Foto: Reprodução/ TSE)
Nas eleições municipais de 2020, 52,50% do eleitorado era formado por mulheres. Mas o montante não foi suficiente para aumentar a presença feminina na política, visto que apenas 15% das mulheres foram eleitas.
Luíza Alzira, primeira mulher eleita no Brasil. (Foto: Reprodução/ TSE)
Ao G1, a professora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), Flávia Biroli, relatou que: “Votar é relevante, mas a igualdade política não é composta só pelo voto, depende de condições iguais de participação” [...] “A descontinuidade entre o direito ao voto e outras dimensões da participação política é mais grave quando a gente pensa quanto tempo se passou e as mulheres continuam sendo sub-representadas e sofrendo violência nos espaços da política institucional”, completa a professora.
Para o Tribunal Superior Federal (TSE), as mulheres configuram 52,50% do eleitorado na eleição de 2020 e 45,30% das filiações partidárias. Em relação à presença política, elas representam apenas 15% - em 2018, elas representavam 16%, ou seja, houve queda de 1%.
Foto Destaque: Representação da presença feminina nas eleições. Reprodução/ IStock