Ângela Maria, que ficou viúva em 2014, deu entrada para receber a pensão do marido na mesma época, porém para sua surpresa, uma pessoa com mesmo CPF e nome, já estava recebendo o benefício em seu lugar. Ângela realizou mais 4 tentativas no decorrer dessa última década, mas em todas as vezes o pedido foi negado.
“Eu estou nesse dilema. Eu estou parada há um ano e não sei mais o que fazer. Sou sustentada pelos meus filhos e eu estou desesperada. Eu peço ajuda das autoridades, eu não sei mais o que fazer”, diz Ângela.
Ela ainda relata que no próximo ano poderá pedir a aposentadoria por idade, mas está com medo de não conseguir: “Eu trabalhei mais de 24 anos e não consigo dar entrada por idade. Eu tenho direito a minha aposentadoria. Agora, como é que eu vou dar entrada no ano que vem? Como? Se consta lá que eu já estou aposentada. Pelo amor de deus, me ajuda, porque eu não estou aguentando mais”, desabafa a viúva.
Ângela também conta que existe uma suposta homônima que nasceu na mesma cidade – Muriaé -, mas que atualmente reside em Minas Gerais enquanto Ângela vive em São João de Mereti, na Baixada Fluminense, mas além de possuir o mesmo nome e ter nascido na mesma cidade, elas também estariam cadastradas sob o mesmo CPF.
Após inúmeras tentativas sem retorno, a viúva decidiu procurar uma advogada e expedir o caso à justiça.
“Nessa época, o próprio Ministério informou que haveria uma outra, mas que nasceu em 1970 com o mesmo nome de mãe, mas o nome do pai era diferente e o nome dos avós também. Aí foi quando ingressei com ação pedindo a regularização do cadastro nacional de informação social dela”, explica a advogada Elizabeth Borges.
Ano passado, Ângela ainda mantinha um trabalho com a carteira assinada em uma casa em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, porém, ao ser demitida, também teve o seguro-desemprego negado. Segundo Elizabeth, advogada de Ângela, que teve acesso ao documento entregue ao INSS, as informações são as mesmas, porém a foto é de uma mulher branca.
Imagem da tela inicial do aplicativo INSS - Imagem: Reprodução/UOL
O INSS orientou que Ângela procurasse uma agência da Previdência Social para que a situação seja analisada novamente, e afirmou que o problema ocorreu devido a “inconsistências cadastrais”.
Imagem destaque: Viúva Ângela Maria — Foto: Reprodução/G1