Nesta segunda-feira (12), o Atlas da Violência 2025, elaborado pelo Ipea em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que, em 2023, a violência letal tirou a vida de 21.856 jovens no Brasil. Isso representa uma média de 60 assassinatos por dia entre pessoas com idades entre 15 e 29 anos.
Entre 2013 e 2023, o Brasil contabilizou 312.713 homicídios de jovens. A maioria das vítimas é composta por homens, que representam 94% dos casos. Homens com a faixa etária dos 20 anos são os mais impactados pela perda precoce da vida.
Violência ainda lidera entre jovens
Segundo a pesquisa, a violência é o principal fator de morte entre os jovens no Brasil. Em 2023, 47,8% dos óbitos registrados entre pessoas de 15 a 29 anos foram decorrentes de homicídios.
Apesar disso, os dados também mostram uma tendência de queda desde 2017. Naquele ano, o país registrou 72,4 mortes para cada 100 mil jovens, a maior taxa já registrada no Brasil. Em 2023, esse número caiu para 47,0 por 100 mil, representando uma redução de 6,2% em comparação com o ano anterior.
Homens jovens são os que mais morrem devido à violência (Foto: reprodução/Malachite Photography/Getty Images Embed)
Amapá e Bahia registram as maiores taxas de violência juvenil
No Brasil, 17 estados ainda registraram taxas acima da média no país em 2023, mesmo com a queda nacional. Os estados com os maiores índices são o Amapá, com 134,5 por 100 mil jovens, e na Bahia, com 113,7 por 100 mil. Essa taxa é mais de 12 vezes superior à de São Paulo, a mais baixa do país, com 10,2 por 100 mil.
Os estados com os maiores crescimentos nas taxas de homicídios de jovens ocorreram no Amapá, com um aumento de 49,1%, e no Mato Grosso do Sul, com um crescimento de 17,1%, ambos superando a média nacional.
Homicídios com armas de fogo afeta o futuro dos jovens brasileiros
As armas de fogo são o principal meio de homicídios, sendo responsáveis por 81,6% dos anos potenciais de vida perdidos (APVP) entre os jovens. De 2013 a 2023, 12 milhões de anos de vida dos jovens foram perdidos devido a assassinatos cometidos com armas de fogo. Esse número é superior ao total de anos perdidos por acidentes e suicídios combinados.
Segundo o relatório, o assassinato de um jovem vai além de uma tragédia pessoal ou familiar, ele gera um impacto significativo no futuro do país. Além disso, os pesquisadores destacam que a morte precoce dos jovens impede que eles vivenciem momentos essenciais, como a conclusão da formação profissional, a entrada no mercado de trabalho e a formação de uma família.
Foto Destaque: Jovem mulher sofrendo violência (Reprodução/Lullia Burmistrova/Getty Images Embed)