Nesta segunda-feira (29), um relatório encomendado pela CNN ao Exército Brasileiro revelou que 419 venezuelanos cruzaram a fronteira com Roraima após a eleição presidencial no país. Esses imigrantes, forçados a deixar a Venezuela em busca de melhores condições de vida, lamentaram a permanência de Nicolás Maduro no poder, que foi reeleito para seu terceiro mandato na votação de domingo (28).
Descontentamento e Insegurança
O número de venezuelanos cruzando a fronteira com o Brasil tem aumentado diariamente: 50 foram recebidos na segunda-feira, 82 na terça-feira, 103 na quarta-feira e 184 na quinta-feira (1/8). Esses imigrantes expressaram descontentamento com a reeleição de Nicolás Maduro, que ocorreu no último domingo (28), e foi anunciada pelo Conselho Eleitoral Nacional com 51,2% dos votos. A oposição contesta esse resultado, afirmando que Edmundo González foi o verdadeiro vencedor, com cerca de 70% dos votos.
Migrantes em busca de atendimento no posto da Operação Acolhida (Foto: reprodução/Caíque Rodrigues/g1 RR/g1)
Forçados a deixar seu país em busca de melhores condições de vida, muitos lamentam a situação política da Venezuela. Os dados sobre as chegadas vêm da Operação Acolhida, do Exército, lançada em 2018 com o apoio da ACNUR. Em Pacaraima, na fronteira do Brasil, migrantes buscam refúgio e expressam insegurança sobre o futuro da Venezuela, medo do que pode acontecer e desconfiança em relação ao resultado do CNE, cuja credibilidade é questionada pela comunidade internacional.
Venezuelanos buscam refúgio no Brasil
A CNN reportou recentemente filas na fronteira entre a Venezuela e o Brasil, além de longas esperas em mercados e postos de combustíveis em Pacaraima, Roraima. Em entrevista à emissora, o vice-prefeito Simeão Peixoto falou sobre a crescente tensão na região, ressaltando que o principal impacto observado na fronteira é a insegurança. Ele destacou a insegurança sentida pelos venezuelanos que estão deixando o país, bem como o medo de uma possível guerra civil.
Diana Barrios, de 31 anos, lamentou a continuidade de Maduro no poder após chegar ao Brasil na última quinta-feira (25). Desempregada e aguardando a regularização de seus documentos no posto da Operação Acolhida, ela, que migrou sozinha de Ciudad Bolívar, expressou insegurança em relação à situação na Venezuela. Segundo Diana, a falta de melhorias no país é evidente, pois, se tudo estivesse bem, muitos venezuelanos não estariam saindo em busca de oportunidades no exterior, de acordo com as informações do G1.
Foto destaque: Fronteira da Venezuela com o Brasil fechada por militares na manhã do dia 26 de julho de 2024 (Foto: João Kleber Soares Borges/Arquivo pessoal/G1)