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Venezuela: Ministério Público ameaça prender manifestantes violentos

Ministério Público venezuelano divulga comunicado informando população sobre monitoramento dos protestos; código penal prevê prisão de 1 mês a 10 anos

30 Jul 2024 - 09h45 | Atualizado em 30 Jul 2024 - 09h45
Venezuela: Ministério Público ameaça prender manifestantes violentos Lorena Bueri

O Ministério Público da Venezuela informou em um comunicado ao povo venezuelano que os protestos contra a reeleição de Nicolás Maduro estão sendo monitorados. Manifestantes violentos e contestações contra o resultado das eleições podem ser motivos de prisão, de acordo com o código penal do país. Maduro foi reeleito à presidência no último domingo (28).

Protestos na Venezuela

"Informamos que nossa instituição estará monitorando qualquer ato que pretenda iniciar uma escalada na violência para sujar a festa democrática que estamos vivendo. Advertimos que os atos de violência e chamados a desconhecer os resultados oficiais podem se encontrar em delitos de 'instigação pública', obstrução de vias públicas, estímulo ao ódio e resistência à prisão”. O comunicado do Ministério Público venezuelano foi divulgado após o início das manifestações contra a reeleição de Maduro, que tiveram início na última segunda-feira (29). Os protestos não foram pacíficos e houve confronto entre os manifestantes e a polícia. Segundo o código penal do país, os protestantes condenados podem receber de 1 mês a 10 anos de prisão.

No comunicado, o MP venezuelano também aplaude os eleitores e condena as tentativas de perturbar a democracia do país. Além disso, também condenam declarações de outros governos latino-americanos “que se acham donos da democracia venezuelana”.

Eleições conturbadas

Para além do monitoramento dos protestos, o MP também afirmou que abrirá uma investigação sobre as eleições, alegando uma suposta tentativa de invasão hacker nas urnas durante o processo eleitoral. De acordo com o Ministério, “Houve tentativas de sabotar o processo eleitoral, não apenas por meio de notícias falsas nas redes sociais, mas também com ações concretas de ataque ao sistema elétrico, primeiro, e durante a jornada eleitoral foi detectado um ataque informático contra o sistema de transmissão de dados do CNE”. O comunicado não revelou quem poderia estar por trás dos ataques nem deu mais detalhes sobre a investigação.


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Nicolás Maduro após reeleição à presidência da Venezuela (foto: reprodução/Alfredo Lasry R/Getty Images Embed)


A vitória de Maduro aconteceu com 51,2% dos votos, enquanto seu adversário, Edmundo González, ficou com 44%. A líder da oposição do país, María Corina Machado está sob investigação por supostamente tentar fraudar o sistema eleitoral. Enquanto isso, os opositores acusam Maduro de fraude na sua reeleição.

Foto Destaque: protestantes em Caracas, contra a reeleição de Maduro na Venezuela (Reprodução/Pedro Rances Mattey/Getty Images Embed)

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