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Veja o que a negritude de Machado de Assis diz sobre o racismo no Brasil

A negritude do escritor Joaquim Maria Machado de Assis diz muito sobre como o país lida com o racismo. Os pesquisadores não sabem como ele se autodeclarava.

28 Set 2023 - 15h30 | Atualizado em 28 Set 2023 - 15h30
Veja o que a negritude de Machado de Assis diz sobre o racismo no Brasil Lorena Bueri

A certidão de óbito de Joaquim Maria Machado de Assis, falecido aos 69 anos em 29 de setembro de 1908, assinada pelo escrivão Olympio da Silva Pereira, traz uma informação curiosa, ou polêmica: uma das linhas do documento declara que sua cor era “branca”. 

A questão racial de Machado, considerado o maior escritor brasileiro de todos os tempos, tem levantado uma série de indagações importantes para a discussão sobre a questão racial e a valorização da população negra. 

As descobertas dos pesquisadores

Os estudiosos do assunto, tentando ir um pouco mais a fundo, na tentativa de entender a vida e a história do escritor, tem descoberto que, analisando documento como a própria certidão de óbito e cartas antigas, a identidade racial de Machado de Assis é um assunto intrigante desde antes do seu falecimento.


Machado de Assis (1839-1908). (Foto: Reprodução/Marc Ferrez/Domínio Público)


Nesta tentativa de descobrir como o próprio escritor se autodeclarava, esses estudiosos observam minuciosamente os traços do literato através de seus escritos e obras, pois ele poderia deixar transparecer sua opinião e visão acerca desse assunto tão polêmico. 

Como Machado de Assis se identificava 

“Não temos nenhuma certeza até o momento. Não temos evidências em nenhum documento que revele essa informação, como o próprio escritor Machado de Assis se identificava, como se enxergava. Temos relatos de pessoas, algo que não valida esta questão”, afirmou a historiadora Raquel Machado Gonçalves Campos, que também é professora na Universidade Federal de Goiás (UFG) e pesquisadora sobre vida e a obra do literato.


Machado de Assis (Foto: Reprodução/Faculdade Zumbi dos Palmares)


Num dos documentos mencionados por ela, uma carta enviada pelo poeta Gonçalves Crespo, português, a Machado, com data de 6 de junho 1871, temos um trecho que fala de cor: “A Vossa Ex., que eu já conhecia de nome a algum tempo. De nome e por uma certa simpatia que me fez ir quando me dissera que era... de cor como minha pessoa”, relata o trecho da carta. 

Não se tem noção de como Machado teria reagido ao ler a carta do poeta, tampouco se conhece qualquer resposta dada pelo escritor ao documento. A pesquisadora destaca que a expressão “de cor” era um termo utilizado e aceito naquele momento para se referir a pessoas negras. 

 

Matéria por Jadson Trajano (In Magazine - iG).

Foto destaque: Escritor Joaquim Maria Machado de Assis, falecido em 29 de setembro de 1908. Reprodução/Instagram/@de_assis_machado

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