Foi aprovado no Vaticano uma diretriz que permite seminários italianos a aceitarem candidatos homossexuais, mas eles também vão ter que cumprir as mesmas exigências de celibato imposta aos sacerdotes. Essa decisão foi divulgada pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), e orienta diretores de seminário a avaliar cada candidato por sua sexualidade em um contexto mais amplo, o que vai evitar qualquer julgamento restritivo.
Critérios específicos
O documento emitido esclarece que a presença de pessoas homossexuais não deve ser impedida de fazer parte de candidatos ao sacerdócio. O texto fala que é necessário entender as tendências dentro do “contexto mais amplo da personalidade jovem”. Essa abordagem é exatamente para evitar reducionismos e fazer com que todos reconheçam a complexidade de cada candidato individualmente.
Mas as restrições em relação às práticas sexuais e alinhamento ideológico continuam rígidas. Também não vai ser aceito pela diretriz que os candidatos pratiquem a homossexualidade, possuam tendências profundamente arraigadas e nem mesmo apoiar o que é chamado de “cultura gay” pelo Vaticano.
Imagem do Papa Francisco (Foto: reprodução/Getty Images Embed/ANDREAS SOLARO)
A “cultura gay” e a formação de sacerdotes
A cultura gay mencionada no documento, gera uma preocupação da Igreja Católica, ao considerar incompatível com a vocação sacerdotal. A Conferência Episcopal Italiana (CEI), a qual é a admissão de indivíduos que aceitam essa cultura, seria contrária aos valores eclesiásticos e até mesmo à formação dos futuros padres.
O texto emitido de 68 páginas é para reforçar o respeito a todos em relação a tendências homossexuais, mas destaca que determinado comportamento não ideologia impossibilita a entrada para o sacerdócio.
Mudanças às normas anteriores
Essa nova diretriz é uma atualização relacionada à regra imposta de 2016, pois não aceitavam homens com "tendências homossexuais profundamente arraigadas”. A ideia agora é ampliar a compreensão das orientações sexuais de cada um no discernimento vocacional, mas alguns critérios ainda permanecem para garantir os princípios da igreja.
Essa norma vai entrar em teste por um período de três anos, conforme a nota emitida pelo escritório do clero do Vaticano.
Expectativas
Essa decisão do Vaticano é uma tentativa de tentar encaixar a doutrina da igreja com as demandas de uma sociedade que está sempre em transformação. Mesmo com a flexibilidade, a exigência do celibato e a rejeição à cultura gay mostra que os fundamentos de uma igreja conservadora prevalecem.
Foto Destaque: Imagem do Vaticano (reprodução/Diário do Litoral)
