O exército israelense se prepara para uma batalha terrestre em Gaza que pode durar meses. Com uma densa população civil, ameaças de dispositivos anti-blindados, mísseis e uma extensa rede de túneis mantida pelo Hamas, os desafios são significativos. Os objetivos são destruir o braço militar do Hamas e libertar os mais de 200 reféns. Na sexta (20), duas reféns norte-americanas foram libertadas.
Grupo palestino conta com uma extensa rede de túneis em Gaza
O nome Hamas é um acrônimo para "Movimento de Resistência Islâmica", e também significa “zelo” ou “entusiasmo” em árabe palestino. Com menos de 10 mil combatentes nos anos 1990, o Hamas desenvolveu suas capacidades militares ao longo dos anos – hoje possui uma academia militar, unidades especializadas e uma ala militar de aproximadamente 40 mil membros.
Ali Baraka, um alto funcionário do Hamas, revelou, segundo matéria da Reuters, que o grupo recebeu financiamento e treinamento do Irã e grupos regionais, incluindo o Hezbollah, do Líbano.
Hamas conta com complexa rede de túneis, que chega a ser chamada de "Cidade Baixa de Gaza" por sua extensão (Foto: reprodução/X/@BBCArabic)
Desde o início dos anos 2000, o Hamas investiu na construção de uma complexa rede de túneis sob Gaza. Esses túneis desempenham um papel crucial em suas operações militares, permitindo que seus combatentes se escondam, abriguem fábricas de armas e importem armamentos do exterior. Esses túneis são tão extensos que chegam a ser chamados de "Cidade Baixa de Gaza", e são equipados com sistemas de ventilação, iluminação e comunicação, tornando-os operacionais por longos períodos.
Conflito entre Hamas e Israel já deixou mais de 6 mil mortos
A operação "Inundação de Al-Aqsa," ocorrida em 07 de outubro, foi apontada como o pior ataque sofrido por Israel em 50 anos. O Hamas disparou mais de 2.5 mil foguetes e utilizou táticas surpreendentes, como o uso de soldados em paramotores para avariar o sistema antiaéreo de Israel. É importante destacar que, embora haja financiamento e treinamento do Irã para o grupo, não há indícios de que o Irã tenha autorizado os ataques.
Ontem o ministério palestino informou que 31 mesquitas foram destruídas na Faixa de Gaza desde o início do conflito (Foto: reprodução/X/@AL24Francais)
Os principais objetivos do Hamas são libertar os 5 mil palestinos detidos em prisões israelenses, impedir incursões israelenses na Mesquita de Al-Aqsa e pôr fim ao bloqueio imposto por Israel em 2007, quando o grupo chegou ao poder na Faixa de Gaza.
Desde o início do conflito, 5.087 palestinos foram mortos, 40% sendo crianças, segundo o Ministério da Saúde em Gaza; mais de 1.400 israelenses, a maioria civis, foram mortos segundo autoridades de Israel. Ontem, o Ministério de Assuntos Religiosos e Doações Palestino também informou que 31 mesquitas na Faixa de Gaza foram destruídas.
Foto destaque: Complexa rede de túneis das brigadas Izz ad-Din al-Qassam, braço armado do Hamas, dificulta conflito terrestre por Israel. Reprodução/al-monitor.com