Donald Trump anunciou na noite deste domingo (10) através da rede social Truth Social, que não iria mais se defender das acusações de fraude imobiliária movidas pela procuradoria de Nova Iorque contra ele e seus filhos. O empresário e candidato a presidência dos Estados Unidos alega que sofre perseguição política e que não tem mais nada a dizer ao juiz que irá apreciar o caso. Segundo Trump, ele já testemunhou sobre todo o assunto e sofre uma caça às bruxas para não se candidatar a presidência nas próximas eleições, pelo partido Republicano.
Último depoimento
Em novembro Trump foi interrogado pela promotoria de Nova Iorque por mais de quatro horas e segundo o que foi noticiado à época, ele foi bastante áspero em suas respostas, o que gerou irritação e repreensão do juiz do caso, Arthur Ergoron que afirmou ao ex-presidente que ali não era um comício político e para ele se acalmar, se atendo a responder as perguntas que lhe eram feitas.
Entenda o caso
Trump e seus filhos são investigados por fraudar documentos, aumentando o valor de avaliação de seus imóveis, principalmente a residência luxuosa de Mar-a-Lago, na Flórida, para conseguir com mais facilidade empréstimos bancários com juros mais baixos.
Além da residência, que é considerada também um clube privado, outras propriedades também são alvo do inquérito, como Trump Tower em Nova Iorque e os resorts de golfe do empresário. Segundo a procuradora que acusa Trump, Letitia James, essas possíveis fraudes pouparam ao ex-presidente cerca de 150 milhões de dólares em juros nos últimos dez anos.
O juiz Ergoron afirma que Letitia apresentou ao tribunal provas conclusivas de que Trump e seus filhos haviam inflacionado o preço de suas propriedades em valores que giram em torno de 812 milhões e 2,2 bilhões de dólares. Os crimes teriam acontecido entre 2014 e 2021.
Defesa do ex-presidente alega inocência no caso das fraudes imobiliárias (Foto: reprodução/X/@Mary_frostt)
Defesa alega inocência
A defesa do republicano tem recursos na justiça para que o julgamento seja paralisado, porém, até então, não foi acatada esse pedido. Os advogados de Trump argumentam que as cotações dos imóveis não importam aos bancos, pois estes fazem de forma própria avaliações nos imóveis e não se fundamentam apenas em contratos mostrados pelos clientes para decidir sobre empréstimos.
A própria defesa assume que houve problemas nos valores apresentados ao banco, porém estes não exprimem desejo dos acusados intenção em enganar ou fraudar documentos para obter vantagens. O ex-presidente alega que está sendo perseguido e sofre uma caça às bruxas, para que não seja candidato nas próximas eleições presidenciais.
Sentença só em janeiro
Com os recessos de fim de ano, a sentença de Trump e seus filhos deverá sair apenas no fim de janeiro do próximo ano. O panorama que a defesa mais teme é de que o empresário seja impedido de realizar novos negócios em Nova Iorque e que uma multa seja estipulada, que no momento seria em torno de 250 milhões de dólares, além de serem forçados a entregar o controle de suas empresas a justiça, a um interventor nomeado pelo tribunal.
Foto Destaque: Donald Trump diz que não prestará mais depoimento sobre o caso de fraude em Nova Iorque. (Reprodução/X/@Reuters)
