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Telegram mantém grupo ativo com ideais neonazistas

Criador do grupo neonazista no aplicativo já esteve envolvido em casos de incitação a violência. Aplicativo tinha conhecimento sobre o caso. Justiça pediu o bloqueio do Telegram no país

28 Abr 2023 - 10h35 | Atualizado em 28 Abr 2023 - 10h35
Telegram mantém grupo ativo com ideais neonazistas Lorena Bueri

Na quarta-feira (26), o aplicativo de mensagens Telegram foi bloqueado em todo o território brasileiro. O motivo para o bloqueio, foi pelo fato de o aplicativo não ter fornecido para a Polícia Federal, dados dos participantes de um grupo Neonazista dentro do aplicativo. 

Esse grupo inclusive foi mantido em funcionamento pelo Telegram, apesar de o aplicativo possuir conhecimento de que o criador do grupo já teve seu nome envolvido em caso de incitação à violência. 

A Polícia Federal fez esse pedido ao aplicativo, depois de analisarem o celular de um dos criminosos no caso dos assassinatos em Aracruz em novembro do ano passado, e identificar a participação do criminoso em grupos extremistas dentro da plataforma. 


Escola de Aracruz que sofreu com o atentado em 2022 (Reprodução/Sedu)


O pedido da Polícia Federal ocorreu no dia 10 de abril, enquanto a resposta do Telegram, via e-mail, só ocorreu no dia 19. 

“Os dados privados relacionados ao usuário criador/administrador do grupo estão disponíveis excepcionalmente, pois o usuário esteve anteriormente envolvido com conteúdo envolvendo incitação à violência. Neste sentido, o Telegram reitera que uma ordem judicial válida é necessária para a divulgação dos dados pessoais existentes do usuário” 

Diante da resposta negativa para a entrega dos dados, a Polícia Federal começou uma batalha judicial para haver essas informações. No dia de 20 de abril, foi determinado pela justiça, que o aplicativo tinha 24 horas para entregar as informações, sob pena de suspensão do aplicativo no país. 

No dia 21, o Telegram entregou os dados, porém alegou que o grupo já havia sido excluído, e por isso não existia mais a chance de rastreá-lo. 

A Polícia então gostaria que o aplicativo entregasse o número de telefone do criador do grupo e dos seus participantes, visto que o aplicativo permite que eles ocultem essas informações, e assim a PF poderia realizar a operação de identificação de IP, e consequentemente descobririam quem é o criminoso. 

Sem a resposta positiva do aplicativo mediante o caso, a Justiça suspendeu a funcionalidade do Telegram, no dia 26, até a entrega dos dados requeridos, além de serem obrigados a pagar uma multa de R$ 1 milhão por dia de atraso no cumprimento do pedido. 

Vale lembrar, que essa é a segunda vez, em cerca de um ano, que a Justiça solicita a suspensão da funcionalidade do aplicativo no Brasil. A outra vez, aconteceu em março de 2022, quando Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo Tribunal Federal, determinou a suspensão do aplicativo com a justificativa de o Telegram não ter tomado nenhuma providência no combate a desinformação e divulgação de notícias falsas que estava presente dentro do aplicativo. Pouco tempo depois, o Telegram cumpriu as ordens do Alexandre de Moraes, que retirou oficialmente o pedido de suspensão e bloqueio. 

Foto Destaque: Telegram suspenso do Brasil pela Justiça (Reprodução/Reuters)

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