O presidente Lula estuda propor medidas para a taxação dos super-ricos como contraponto ao ajuste fiscal. A ideia do governo é passar a ideia de que todos devem colaborar com os cortes desde os mais privilegiados até os menos privilegiados.
A taxação de grandes fortunas é uma proposta antiga do ministro da fazenda Fernando Haddad e está na pauta da reunião que vai acontecer entre o ministro e o presidente durante a cúpula do G20 que será realizada no Rio de Janeiro que acontece na próxima semana.
A ideia é defendida também pelo presidente como uma forma de financiar as reformas e os programas sociais do governo para combater a desigualdade social e as mudanças climáticas.
Taxação é defendida por ministros das finanças do G20
Em reunião realizada em julho no Rio de Janeiro, os ministros da economia dos países do G20 assinaram uma declaração com medidas para impostos internacionais, dentre eles a taxação de grandes fortunas que é uma medida defendida pelo governo brasileiro.
Fernando Haddad é um dos defensores da taxação de grandes fortunas (Foto: Hugo Barreto/Metrópoles)
A taxação de grandes fortunas é uma proposta idealizada pelo economista francês Gabriel Zucman e seria de no mínimo 2% para os bilionários. O potencial de arrecadação da medida seria entre 200 e 250 bilhões de dólares por ano e deve atingir pelo mundo cerca de 3 mil pessoas inicialmente.
A proposta será analisada na cúpula do G20 que acontece no Rio de Janeiro e existe uma expectativa de que o Itamaraty defenda a proposta em outros momentos, inclusive em reuniões da Organização das Nações Unidas(ONU).
Cortes na área militar devem ser anunciados
Uma das pautas mais polêmicas do ajuste fiscal é o ajuste e corte em recursos militares principalmente a previdência militar que de acordo com levantamento do Tribunal de Contas da União tem um rombo estimado em R$ 49,7 bilhões.
O presidente teve na tarde de ontem(13) uma reunião com o ministro da defesa José Múcio que tem trabalhado como um apaziguador da pauta entre Governo e Forças Armadas buscando chegar em um denominador comum entre os atores e conseguiu afastar os cortes da área militar por um longo tempo.
Atualmente, o orçamento das Forças Armadas é o quinto maior entre os orçamentos dos ministérios existentes atualmente. Ao todo deste orçamento, 78% são destinados à folha de pagamento dos militares da ativa, reserva e pensões pagas pelas forças.
Tal medida é considerada polêmica entre as Forças Armadas e congressistas, o que faz com que especialistas afirmem que as medidas devem começar a valer apenas para futuros integrantes das Forças Armadas.
Foto destaque: Lula deve apresentar proposta de taxação de grandes fortunas no G20 (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República)