Na última quarta-feira (08), tanques israelenses entraram no maior complexo hospitalar de Gaza, o Al-Shifa, conforme reportado por Khader Al Za’anoun, jornalista da agência de notícias palestina Wafa. A invasão, segundo o repórter, incluiu tanques apontando canhões para o hospital, embora não fosse claro se soldados israelenses estavam dentro dos edifícios. Tiros foram ouvidos no local, e algumas janelas do complexo estavam abertas, adicionando tensão ao cenário já crítico.
Operação militar e acusações cruzadas
As Forças de Defesa de Israel declararam que a ação era uma “operação precisa e direcionada” no hospital. O governo israelense alega que o Hamas, acusado de usar o hospital como centro de comando e controle, recebeu tempo suficiente para cessar suas atividades no local. Essas alegações, no entanto, foram rejeitadas pelos funcionários do hospital. Este cenário complicado se agrava com a presença de centenas de funcionários e pacientes ainda no hospital, além de milhares buscando abrigo.
Em paralelo, os Estados Unidos apontaram que o Hamas estaria utilizando o hospital para armazenar armas e realizar operações. A tensão aumenta com o relato de que palestinos cavaram uma vala comum no complexo para enterrar pacientes mortos. Estes desenvolvimentos ocorrem em meio a um conflito que já resultou em um número significativo de baixas de ambos os lados, de acordo com fontes do governo do Hamas.
Há um mês, o Estado de Israel atacava o primeiro hospital na faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/YouTube/Brasil Urgente)
Contexto internacional e repercussões
A situação em Gaza chamou atenção internacional. O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu proteção ao hospital Al-Shifa, enquanto autoridades israelenses sustentam que o Hamas utiliza hospitais como escudos. A crise foi agravada com a chegada de repatriados em Brasília, incluindo Shahed al-Banna, que expressou alívio ao chegar ao Brasil.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupação com a perda de contato com médicos do hospital Al-Shifa, visto como um indicativo da gravidade da situação. Adicionalmente, Israel anunciou uma operação contra o Hamas dentro do hospital e aprovou combustível para caminhões da ONU em Gaza, em um esforço para mitigar as consequências do conflito.
Foto Destaque: Soldados israelenses avançando sobre Gaza. Reprodução/Reuters/CNN