A inclusão de mulheres nas unidades combativas das Forças Armadas tem sido ponderada em incansáveis debates em Israel, por se tratar de um dos únicos exércitos que seleciona mulheres de 18 anos para serviço obrigatório. Desde o 7 de outubro, quando forças israelenses adentraram em Gaza, as mulheres vêm se mantendo em luta.
A inserção tem sido de ajuda e reforço à imagem do exército, sobretudo, de forma interna, depois da derrota militar e de inteligência desde a data, com um vasto número de civis mortos durante a campanha.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, monitorado pelo Hamas, foram mais de 24 mil palestinos, incluindo mulheres e crianças, foram mortos desde o início do combate.
Mudanças culturais na sociedade israelense
Por muitos anos, o espaço das mulheres compondo a linha de frente combativa foi oposição aos rabinos ultraconservadores e soldados que perseguiam feministas e críticos ai tradicionalismo machista da cultura estrutural israelense. No entanto, a discussão é dada como encerrada.
O tenente Herzi Halevi, comandante estatal maior das Forças Armadas discursa sobre não fazer o menor sentido continuar com os argumentos em si, afinal, após as mulheres enfrentarem os agressores no Hamas no dia 7 de outubro, “foi como se a luta e ação ecoassem mais alto do que suas palavras”.
Algumas das mulheres responsáveis pela monitoria na fronteira de Israel (Foto: reprodução/BBC News)
A necessidade dos militares por mudanças sociais é fato, uma vez que, parceiros de soldados, incluindo, aqueles que estavam em relações homoafetivas, mortos em combates, agora são viúvos e viúvas, e um soldado transgênero foi identificado na luta front em Gaza. Mesmo com o conservadorismo da sociedade israelense, as mulheres soldados têm se tornado símbolos de um possível sinal de progresso, em um território onde predomina o fundamentalismo.
O Instituto Democracia de Israel lançou dados de que 70% das mulheres e 67% dos homens manifestaram apoio ao aumento de mulheres nos exércitos, que até então, ocupa 18% no combate das Forças Armadas, que atualmente dispõe de 90% de suas funções para as mulheres.
Mulheres que comandaram batalhões em combates
A diretora do programa Militar e Sociedade do Instituto de Estudos e Segurança Nacional da Universidade de Tel Aviv, Idit Gittleman, afirmou que todos estão emitindo a frase “o debate acabou”; “Todos viram o que aconteceu em 7 de outubro”, afirmou ainda, acrescentando sobre a contribuição das mulheres para a segurança.
À frente de um batalhão de infantaria de gênero misto, a comandante feminina do Caracal esteve sob liderança de uma batalha de 12 horas de duração na fronteira de Gaza, junto com duas companhias equipadas com metralhadoras e mísseis Lau, com o auxílio de tanques, ajudando no bloqueio do Hamas, evitando que diversas comunidades fossem atingidas durante os ataques.
Or Ben Yehuda, a tenente-coronel de 34 anos, mãe de três filhos, falou sobre a base do batalhão na fronteira com o Egito, que a oposição foi detida e bloqueada.
Já a comandante de um exército misto, composto por 83 soldados, capitã Busi, de apenas 23 anos, declarou que permaneceria em Gaza o tempo que for necessário. “Eu realmente espero que o fato de estarmos aqui, signifique que, daqui a 20 anos, meus filhos não precisarão estar”, discursou.
Apesar do processo de avanço nos espaços, as tripulações de tanques seguem sendo segregadas por sexo. A política em si, foi elaborada levando em conta, a sensibilidade religiosa sobre homens e mulheres permaneceram juntos por um dia em um tanque.
Foto destaque: soldados mulheres israelenses (reprodução/Monitor do Oriente Médio)