No início da segunda-feira (6), a Enel divulgou que cerca de 500 mil residências na Grande São Paulo ainda estavam enfrentando a falta de energia elétrica, mesmo três dias após a tempestade severa que afetou diversas cidades do estado.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) indicou que, dentre esse contingente, aproximadamente 413 mil residências encontram-se na cidade de São Paulo. Como consequência da falta de energia, 12 escolas da rede municipal não conseguiram funcionar, e 77 semáforos continuam inoperantes.
A prefeitura também informou que é necessário desenergizar 125 árvores caídas antes que as equipes de remoção possam atuar. Em entrevista ao "Bom Dia SP", o prefeito Ricardo Nunes responsabilizou a Enel pela demora na resolução do problema, destacando a situação desafiadora com 413 mil consumidores sem energia na cidade de São Paulo. Ele afirmou que a prefeitura faz podas regulares, mas a cidade foi atingida por rajadas de vento inesperadas.
Queda de árvores
Das sete vítimas dos temporais, pelo menos quatro foram fatalmente atingidas pela queda de árvores. Especialistas consultados pelo portal G1 apontaram várias questões relacionadas à administração municipal, incluindo negligência na manutenção, falta de planejamento, plantio irregular de árvores e práticas inadequadas de poda.
Em resposta a esses eventos, o prefeito Ricardo Nunes pediu à Enel um plano de contingência para prevenir desastres decorrentes das mudanças climáticas. Ele destacou que a prefeitura não tem autoridade para impor às concessionárias, como a Enel e outras empresas de telecomunicações, a obrigação de enterrar cabos, referindo-se a uma decisão judicial que restringiu tal exigência por parte do município.
Árvore caída na zona oeste de São Paulo. (Foto: reprodução/Julia Corradi de Sá/Estadão)
Reabastecimento
Em relação ao restabelecimento da energia, a Enel informou que já normalizou o serviço para mais de 76% dos clientes afetados após o vendaval da última sexta-feira. Cerca de 1,6 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado de um total de cerca de 2,1 milhões afetados. No entanto, a recuperação continua de forma gradual devido à complexidade do trabalho para reconstruir a rede afetada por quedas de árvores.
A Sabesp também informou que seus reservatórios nas áreas afetadas iniciaram o processo de recuperação com o restabelecimento da energia elétrica. A previsão é que o abastecimento seja normalizado ao longo do dia, embora possa se estender até amanhã, especialmente em áreas mais críticas. A empresa recomenda que os clientes priorizem o uso da água para higiene e alimentação até que o abastecimento esteja totalmente normalizado.
Foto Destaque: tempo fechado na cidade de São Paulo. Reprodução/Climatempo