Nove anos após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, as mineiradoras responsáveis - BHP, Samarco e Vale - assinaram texto provisório de acordo de reparação com proposta de R$ 90 bilhões de ressarcimento que devem ser pagos ao Governo Federal e às localidades afetadas: os estados de Minas Gerais, do Espírito Santo e respectivos municípios.
Bento Rodrigues após o rompimento da barragem (Foto: reprodução/Alexandre Nascimento/G1)
O acordo
O total do acordo é, na verdade, de R$ 127 bilhões, dos quais R$ 37 bilhões já foram pagos pelas empresas, e por isso, o valor atual do acordo é de R$ 90 bilhões. Adicionalmente, o pagamento será feito em um prazo não determinado, o que aumenta a espera por ressarcimento dos danos causados quase dez anos atrás. Somadas a todas essas condições, as mineiradoras ainda exigem que para o cumprimento do acordo, todas os processos judiciais abertos sejam encerrados, independentemente de quem seja o autor.
Analistas afirmam que ainda que pareça favorável, o acordo não difere muito dos anos anteriores, sobretudo por não haver nada que obrigue as empresas devedoras a pagarem, ou seja, o acordo pode ser assinado e nunca pago. Ainda há a situação do esvaziamento das obrigações de fazer, dentre as quais a principal era a retirada de rejeitos das águas poluídas.
Vista da barragem de Fundão, onde houve o rompimento (Foto: reprodução/Avener Prado/Folhapress)
Sobre o acidente
No dia 5 de novembro de 2015, às 16h20, no horário de Brasília, a barragem de Fundão se rompeu, despejando 40 milhões de metros cúbicos no Rio Doce, o que poluiu também seus afluentes e chegou até o mar. Dezenove pessoas morreram com a invasão da forte corrente em cidades próximas, e dezenas de outras ficaram doentes ou feridas.
Quase nove anos após o rompimento, ainda há famílias de parte dos 49 municípios atingidos desalojadas e sem amparo, o que explica a necessidade de novos acordos. Não bastasse essa situação, a contaminação ainda afeta a fauna e a flora locais, podendo gerar consequências posteriores na saúde dos locais. O acordo proposto pela Samarco isenta a empresa de todas as futuras sequelas que podem vir a ocorrer com as pessoas da região afetada.
Foto: Cidade afetada pelo rompimento da barragem (Reprodução/Leo Fontes/O Tempo)
