Nesta quarta-feira (9), o representante da delegação russa na ONU, Dmitry Polyanskiy, afirmou que a notícia de ataque russo ao hospital infantil da cidade de Mariupol, na Ucrânia, é falsa.
Segundo Polyanskiy, o hospital já havia sido invadido e transformado em objeto militar por radicais ucranianos. Ele ainda afirmou ser “perturbador” que a informação tenha sido divulgada sem verificação, e disse que é assim que nascem as fake news.
A alegação de Polyanskiy foi publicada em sua rede social como uma resposta a publicação do secretário geral da ONU, António Guterres, onde o secretário afirmou: “O ataque de hoje a um hospital em Mariupol, na Ucrânia, onde estão localizadas as maternidades e as alas infantis, é horrível. Os civis estão pagando o preço mais alto por uma guerra que não tem nada a ver com eles. Essa violência sem sentido deve parar. Acabe com o derramamento de sangue agora”.
That’s how #Fakenews is born. We warned in our statement back on 7 March (https://t.co/OpSeejBais) that this hospital has been turned into a military object by radicals. Very disturbing that UN spreads this information without verification #Mariupol #Mariupolhospital https://t.co/99v8avyThS pic.twitter.com/JsHgsv5YfQ
— Dmitry Polyanskiy (@Dpol_un) March 9, 2022
Post do representante da Rússia (Foto: Reprodução/Instagram)
Anteriormente, na mesmo dia, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que as tropas russas haviam “passado dos limites” ao atacar um hospital infantil e maternidade de Mariupol e afirmou que 17 pessoas ficaram feridas, de acordo com a Câmara Municipal de Mariupol.
Em um vídeo no seu canal do Telegrama, o líder ucraniano pediu que a comunidade europeia condenasse os “crimes de guerra da Rússia”.
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em pronunciamento em 9 de março de 2022. (Foto: Reprodução/Telegram/Zelensky)
“Europeus, vocês não podem dizer que não viram o que aconteceu com os ucranianos... Vocês viram, vocês sabem, então vocês devem fortalecer as sanções contra a Rússia para que ela não tenha mais a oportunidade de continuar esse genocídio”, disse Zelensky.
A chefe das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell, disse em comunicado que ficou “horrorizada” com os relatos do ataque.
“Estou horrorizada com os relatos do ataque em Mariupol, na Ucrânia, reportado hoje – um ataque que teria deixado crianças pequenas e mulheres em trabalho de parto soterradas sob os escombros de prédios destruídos. Ainda não sabemos o numero de vítimas, mas tememos o pior”, escreveu.
Ela ainda atualizou as estimativas do Unicef de que pelo menos 37 crianças morreram e 50 ficaram feridas em duas semanas de conflito.
Segundo o Fundo, mais de 1 milhão de crianças deixaram a Ucrânia.
De acordo com o governo ucraniano, cerca de 1.200 moradores da cidade de Mariupol morreram desde o começo da invasão, em 24 de fevereiro.
Foto Destaque: Ucrânia acusa russos de atacarem hospital infantil em Mariupol. Reprodução/G1.