O Convento do Carmo, localizado no Centro da cidade do Rio de Janeiro, teve suas obras restauradas depois de quatro anos em reforma e foi inaugurado nesta quinta-feira (24) pelo Governador, Cláudio Castro. Segundo dados do governo estadual do Rio, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) investiu R$30 milhões na recuperação do prédio que irá abrigar o Centro Cultural da Procuradoria, com salão de exposições, biblioteca e um bistrô, aberto aos moradores e turistas.
"O Convento do Carmo é parte importante da riqueza histórica e cultural do Rio de Janeiro e do Brasil. A reforma realizada pela PGE revelou tesouros arqueológicos da época em que a família real portuguesa chegou ao Brasil, no início do século XIX, e é uma grande satisfação para o nosso governo poder devolver esse patrimônio à população", declarou o governador Cláudio Castro.
Na cerimônia que marcou a entrega das obras de restauro do convento e a inauguração do Centro Cultural, foi anunciado pelo procurador geral do Estado, Bruno Dubeux e Alexandre Valle, secretário de Educação do estado do Rio, um termo de cooperação de incentivo aos alunos da rede estadual de ensino para que intensifiquem as visitas ao prédio.
"A PGE tem muito orgulho de ter recuperado esse patrimônio histórico e cultural da cidade. A conclusão da obra de reforma deste prédio, que viu o Rio de Janeiro nascer e foi residência da única mulher que assumiu o trono português, simboliza o renascimento do Centro da Cidade", destacou o procurador-geral do Estado.
Membros da Procuradoria reinaugurando o Convento do Carmo (Foto Reprodução: site TV Prefeito)
O principal foco do projeto de reforma do antigo Convento construído pelos frades carmelitas em 1620, foi a restauração dos pisos, pinturas e forros. Acrescidas de projetos que visam acessibilidade, conforto ambiental, acústico e de instalações prediais que possibilitaram incorporar um “ar” contemporâneo, sem perder a essência do prédio histórico.
A reforma também revelou a estrutura das paredes internas do primeiro piso, com vigas de madeira entrelaçadas, que lembra a preocupação dos europeus com os abalos sísmicos que devastaram Lisboa em 1755. A obra também apresentou uma delicada pintura na parede que imita uma divisória em madeira - técnica artística conhecida como trompe l'oeil (em francês), que cria uma ilusão de ótica e transforma a figura em três dimensões.
As escavações feitas no prédio para a instalação de novos sistemas de água e esgoto desenterraram dezenas de achados arqueológicos utilizados no dia a dia pela família real portuguesa: como garrafas de vinho, louças francesas e inglesas, moedas, talheres de prata, moedas, cachimbos, fragmentos de cerâmica e pentes. Todos esses utensílios serão reunidos para uma exposição no próprio convento neste ano.
Foto destaque: Convento do Carmo irá abrigar o Centro Cultural da Procuradoria Geral do Estado. ( Foto Reprodução: Governo do Estado)
