Renato Cariani: Polícia Federal descobre sobre notas falsas e e-mail para farmacêutica

A empresa química Anidrol, que tem o fisiculturista e influenciador digital Renato Cariani, de 47 anos, como um dos seus sócios, foi citada por um homem que foi condenado por tráfico de drogas. Segundo a Polícia Federal, Cariani usava o nome de grandes empresas para maquiar um esquema de vendas de produtos químicos para a fabricação de drogas. Segundo a investigação, Renato é sócio da empresa desde 2008. 

Cariani, é um dos maiores influenciadores digitais fitness do Brasil. Em seu perfil no Instagram, ele tem mais de 7,3 milhões de seguidores, além de possuir 6,3 milhões de inscritos em seu canal no YouTube. 

O influenciador e outras 12 pessoas, além da Anidrol, foram alvos da Operação Hinsberg da PF, que foi executada na última terça-feira (12). Nesta ocasião, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em endereços de três estados: São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Entre os endereços investigados, está a sede da Anidrol, localizada em Diadema, na Grande São Paulo.

Segundo as investigações da polícia, a empresa Anidrol vendeu: 

• três tipos diferentes de de solventes - eles tinham cerca de 2.050 litros no total podem produzir 1.640kg de cocaína;
• substâncias em pó que podem servir para adulterar a mesma droga e poderiam produzir 15,8 toneladas de droga;
• 4.875kg de fenacetina, que podem gerar 12,2 toneladas de crack.

A Anidrol já havia chamado atenção da Receita Federal em 2015, quando duas notas foram emitidas para a empresa AstraZeneca. A multinacional afirmou para o programa Fantástico que os produtos referentes às notas nunca ingressaram as dependências da empresa e, além disso, que a empresa não compra substâncias de um fornecedor nacional. Um ano depois, em 2016, um homem que foi condenado por tráfico de drogas revelou, em um depoimento, que retirava produtos da Anidrol. 

Cariani já se apresentou à Polícia Civil, em 2021, mas no caso das notas falsas, ele apresentou uma troca de e-mail com um suposto representante da farmacêutica: Augusto Guerra, que assinava como se fosse diretor nacional de compras da empresa. O inquérito quem seria Augusto e ele acabou sendo arquivado no início deste ano. 

O suposto diretor da AstraZeneca foi apontado pela Polícia Federal como sendo um nome fictício usado por Fábio Spinola, um proprietário de uma loja de estética automotiva, na cidade de Diadema. Segundo a PF, foi Fábio quem criou o e-mail falso se passando por Augusto Guerra. No celular dele foram encontrados dados referentes ao endereço de e-mail usado nas comunicações com a empresa. 

No início deste ano, Spinola já havia sido alvo de outra operação da PF, a Operação Downfall, que desarticulou um esquema de descarregamento de drogas em cascos de navios, que tinham destino para a Europa, com a ajuda de mergulhadores. Ele foi solto, em novembro, e foi encontrado com tornozeleira eletrônica e com R$ 100 mil em dinheiro vivo em sua casa na operação que foi executada, na semana passada. 

Entenda como funciona a Operação Hinsberg 

A Operação Hinsberg, é um ação que tem como objetivo acabar com a organização criminosa que desviou produtos químicos para a produção de drogas, como o crack. Um dos alvos da operação foi o influenciador digital Renato Cariani. A ação foi realizada pela Polícia Federal, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco do MPSP) de São Paulo, e a Receita Federal. 

_{Operação da PF na casa de Renato Cariani (Foto: reprodução/Divulgação/PF)}

As investigações apontam que eram usadas várias metodologias para ocultar e dissimular a procedência ilícita de valores recebidos. As pessoas investigadas podem responder pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico, além de crimes como lavagem de dinheiro. As penas por esses crimes podem ultrapassar 35 anos de prisão. 

Foto destaque: Renato Cariani foi alvo da Operação Hinsberg (reprodução/Instagram/@renato_cariani)