Em 17 de fevereiro de 2003, criminosos levaram aproximadamente 100 milhões de reais em diamantes e joias que estavam guardadas em uma caixa-forte dentro de um prédio localizado no norte da Bélgica.
O país é conhecido como ‘’capital dos diamantes’’ e 80% das pedras preciosas passam por ele. O comércio está no centro da cidade de Antuérpia, a segurança que cerca o ambiente é muito alta, mas em um momento incomum falhou.
Naquela manhã de fevereiro, criminosos especializados desativaram todos os alarmes e levaram em média 100 milhões de reais. Nenhuma impressão digital foi encontrada e as imagens das últimas 24 horas das câmeras de segurança também foram levadas.
‘’A porta da caixa-forte tem 30 centímetros de espessura. Você só abre com uma chave e um código de segurança. E ela tem um sistema magnético que toca um alarme quando ela é aberta. Dentro da sala há sensores, que dão alertas quando detectam calor, movimento, som e luz e até um alarme sísmico. Qualquer pessoa que usasse uma furadeira dispararia um alarme imediatamente’’ declarou o investigador Patrick Peys, que em 2003 fazia parte da polícia especializada em roubo de diamantes.
Parecia impossível, mas a verdade foi descoberta
Alguns dias após o roubo, a policia recebeu uma denuncia de August Van Camp, dono de uma mercenária na época. Ele reclamava constantemente do lixo que as pessoas jogavam em seu terreno, mas dessa vez afirmou que o conteúdo descartado era suspeito e poderia ajudar na solução do crime.
Foram coletados documentos, papéis rasgados, títulos, dinheiro e envelopes endereçados ao Centro de Diamantes. Entretanto, o que mais chamou atenção foi um recibo da compra de um sistema de vídeo vigilância, ele estava no nome de Leonardo Notarbartolo, um comerciante de diamantes italiano que possuía um escritório no Centro de Diamantes, um cofre individual na caixa-forte e uma ficha criminal.
O único suspeito foi detido, mas não estava disposto a cooperar e seguiu em silencio durante todas as perguntas. No lixo também haviam restos de comida recentes e mais recebidos desses alimentos, que estavam no nome de Ferdinando Finotto, outro italiano com ficha criminal. Esses dois recibos perdidos no lixo fizeram com que o crime fosse solucionado
A gang italiana
Composta por cinco integrantes, o nome da equipe de criminosos era ‘’ Escola de Turim’’. Cada participante tinha uma função, veja:
Leonardo Notarbartolo foi a mente que orquestrou todo o plano.
Ferdinando Finotto conseguia abrir fechaduras com enorme facilidade.
Elio D’Onorio, o especialista em tecnologia e em alarmes.
Pietro Tavano, amigo de infância de Leonardo, jogou os lixos no terreno.
Os criminosos do roubo do século (Reprodução/OGlobo)
O 5º integrante nunca foi identificado, seu papel foi fazer e falsificar as chaves para entrar no local.
‘’Notarbartolo nunca comprou ou vendeu diamantes nos três anos em que esteve em Antuérpia. Ele estava lá simplesmente para fazer o que chamamos de reconhecimento. Nos vídeos das câmeras de segurança, há várias gravações dele dentro da caixa-forte. Ele era um dos clientes e por isso, nunca chamou a atenção dos seguranças’’ contou o investigador Patrick Peys.
Em 2005 o caso foi julgado e Leonardo pegou 10 anos de prisão, seus ajudantes pegaram 5 anos de pena. As joias e diamantes roubados não foram localizados até hoje e Leonardo Notarbartolo cumpriu apenas 4 anos de pena, depois foi solto, mas ao tentar sair do país, foi preso novamente e cumpriu o resto da pena inicial.
Foto Destaque: Diamantes (Reprodução/SegredosDoMundo)