A discussão sobre a regulamentação das redes sociais no Brasil está longe de ser concluída. Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha suspendido temporariamente o funcionamento da plataforma X (antigo Twitter), a Câmara dos Deputados não terá tempo para debater e votar o projeto de lei que prevê regras mais rígidas para essas plataformas. Segundo deputados ouvidos pela CNN, o assunto deverá ser retomado apenas na próxima legislatura, sob a liderança do novo presidente da Casa.
Falta de tempo no calendário legislativo
De acordo com parlamentares, o calendário legislativo está apertado até o fim do ano, o que impede uma discussão profunda sobre o tema. Além das reformas econômicas e da Lei Orçamentária Anual (LOA), outros projetos urgentes estão na fila de votação, o que dificulta a inclusão de novas pautas. Outro ponto levantado pelos parlamentares é a complexidade do tema. A regulamentação de redes sociais envolve uma série de discussões técnicas e jurídicas, como a questão da liberdade de expressão, o combate à desinformação e a responsabilidade das plataformas sobre o conteúdo postado pelos usuários.
Pressão por uma regulamentação mais rígida
Um teclado de laptop e o logotipo X (Foto: reprodução/Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images Embed)
A pressão por uma regulamentação mais rígida das redes sociais aumentou nos últimos anos, especialmente diante do crescimento da desinformação e das fake news. Recentemente, o STF suspendeu o funcionamento do X no Brasil após a plataforma ser acusada de não cumprir as leis de controle de conteúdo. O caso reacendeu o debate sobre a responsabilidade das redes sociais na moderação de publicações e sua atuação frente a campanhas de desinformação.
Entretanto, a decisão do Supremo é vista por muitos como uma medida temporária, que não substitui uma regulamentação clara. O projeto de lei que tramita na Câmara busca definir essas responsabilidades e estabelecer penalidades para plataformas que descumprirem as regras. Porém, com o impasse legislativo, essa regulação ficará a cargo da próxima gestão da Câmara.
A expectativa é que, com a nova presidência da Câmara, em 2025, o tema volte ao centro das discussões. O projeto deverá ser revisado e novas propostas podem surgir, levando em consideração o impacto das redes sociais na sociedade brasileira e a necessidade de proteger direitos, como a liberdade de expressão e a privacidade dos usuários.
Foto destaque: Ilustração fotográfica dos logotipos do Supremo Tribunal Federal do Brasile da plataforma de mídia social X. (Reprodução/MAURO PIMENTEL /AFP/Getty Images Embed)