O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos está explorando a viabilidade de instituir uma avaliação nacional que harmonize os procedimentos seletivos dos concursos públicos para o âmbito federal. Seguindo o exemplo do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o exame seria conduzido em localidades remotas pelo país, visando à acessibilidade e a custos mais acessíveis.
A ministra à frente da pasta, Esther Dweck, compartilhou em uma entrevista à colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo, que essa iniciativa busca concretizar um exame com questões abrangendo conhecimentos gerais e áreas específicas escolhidas pelos candidatos.
Ministra Esther Dweck. (Foto: reprodução/Marcelo Camargo/Marie Claire)
Consultas sobre o exame
Um estudo preliminar aponta para a realização do exame em cerca de 180 cidades, predominantemente nas regiões Nordeste, Norte e Sudeste, escolhidas com base em uma avaliação do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O propósito é não apenas democratizar o acesso à carreira pública, mas também revitalizar os processos de contratação no setor, reforçando assim a capacidade do Estado brasileiro.
A ministra ressaltou que a concepção desse exame unificado surge da constatação de que muitos testes são aplicados nas grandes cidades. A experiência acumulada com a administração do Enem serviu como inspiração para uma reformulação dos métodos seletivos.
Além do Ipea, entidades como o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e a AGU (Advocacia-Geral da União) já foram consultadas sobre a viabilidade dessa proposta. Nesta sexta-feira, o plano será apresentado a outros ministérios do governo Lula, bem como autarquias, institutos de pesquisa e agências reguladoras.
Concursos Públicos lançados
O governo Lula tem lançado uma série de concursos públicos, com a mais recente onda anunciada em julho, quando foram disponibilizadas 2.480 vagas. Ao todo, 18 órgãos do governo federal estão atualmente realizando processos seletivos ou se preparando para a aplicação das avaliações.
Excluindo-se as vagas abertas para novas nomeações em concursos já realizados, o total para 2023 é de 8.360. Contabilizando todas as novas vagas e nomeações, esse número chega a 9.945 oportunidades no funcionalismo público. O gasto anual do governo para essas admissões está estimado em R$ 1,69 bilhão. Vale destacar que essa estimativa não inclui as vagas destinadas à expansão de professores e técnicos (5.000) e processos seletivos simplificados para temporários (8.141). Quando esses grupos são considerados, o número total de vagas para este ano atinge 23.086.
Foto destaque: Folha de gabarito e lápis. Reprodução/Prefeitura de Três Barras.