No dia 12 de abril desta terça-feira de 2022, segundo dados revelados por cientistas, as chuvas do ano de 2020 chegaram a ser 11% mais violentas devido à crise climática que acabou afetando a temporada de furacões.
Foi descoberto por meio de um estudo divulgado pela revista Nature Communications que as taxas de chuva por hora de tempestades tropicais e furacões sofreram com uma sobrecarga de 5% a 10%, decorrente ao aquecimento global. Entretanto, depois de realizarem uma análise apenas sobre o aumento das tempestades mais fortes, equivalentes a furacões, a alta foi de 8% a 11% aproximadamente.
O principal autor do estudo e, cientista climático e de furacões, Kevin Reed, da Universidade Stony Brook declarou a CNN que: “O que isso significa não é apenas que as mudanças climáticas estão afetando nossa temporada de furacões, mas também estão afetando um pouco mais as tempestades mais extremas”, continuou dizendo: “Então, a principal conclusão é que a mudança climática está aqui e já está afetando nossas temporadas de furacões”.
Cientistas acreditam que a crise climática está tornando os furacões ao longo dos anos cada vez mais potentes. Assim, as inundações das chuvas não ficam muito atrás das ondas de tempestade, sendo o segundo maior causador de mortes em relação a tempestades tropicais e furacões. É sugerido pelo estudo que os riscos estejam aumentando conforme as últimas décadas e que esse ritmo poderá crescer mais ainda no futuro, fazendo com que as taxas de chuvas sejam mais altas já que o ar quente é capaz de reter demasiadamente mais o vapor da água.
Tendo cerca de 30 tempestades nomeadas em 2020, a temporada de furacões no Atlântico desse ano acabou se tornando a mais ativa registrada na história. Incluindo Delta e Laura, doze das tempestades nomeadas chegaram a atingir a costa dos EUA.
Chuvas causam alagamentos. (Foto: Reprodução/REUTERS/Marco Bello/CNN Brasil)
De acordo com os as afirmações dos cientistas e as informações reveladas pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) da ONU (Organização das Nações Unidas), a ciência da atribuição das mudanças climáticas avançou significativamente durante a última década. Desse modo, enquanto os seres humanos continuarem a estimular os gases de efeito estufa na atmosfera terrena, o planeta sofrerá com um maior aquecimento global fazendo com que os impactos causados pelos furacões se tornem cada vez mais difícil de reverter.
“Este estudo, consistente com a avaliação de especialistas, implica que as chuvas de furacões continuarão a aumentar com o aquecimento futuro”, a pesquisadora de clima da Universidade Estadual da Flórida, Allison Wing, aponta à CNN. “No geral, este estudo aumenta nossa expectativa de que, em um mundo mais quente, corremos mais risco de tempestades mais fortes e úmidas”.
“O que é importante saber é que se o furacão Katrina existisse em 2022, se isso acontecesse nesta próxima temporada, as chuvas dessa tempestade seriam maiores do que em 2005”, Reed afirma. “Todos esses registros históricos que entendemos no passado; quando Nova York planeja garantir que os impactos do furacão Sandy não aconteçam da mesma maneira que aconteceram em 2012, temos que planejar o que o furacão Sandy faria como em 2030 ou 2040.”
“A mudança climática não é apenas um problema daqui a 70 anos. A mudança climática está aqui e está impactando nosso clima no dia a dia”, Reed relata ao dizer que a humanidade deve aguardar por efeitos cada vez piores nas temporadas de furacões, caso o mundo não consiga reduzir o uso de combustíveis fósseis. “Precisamos nos adaptar e tornar nossos sistemas mais resilientes, mas temos que usar isso como um sentido para informar a tomada de decisões sobre como reduzir nossa dependência de combustíveis fósseis que produzem esses gases de efeito estufa”.
Conforme relatado dos cientistas, outra mudança de grande significado pode acontecer nos furacões dos Estados Unidos, já que eles mantem a força mesmo após terem chego há bastante tempo no planeta. É bom lembrar que os furacões perdem o acesso que tinham à água quente do oceano que os suporta, porque geralmente ficam enfraquecidos por se movimentarem sobre a terra. O significado dessa mudança mostra que as áreas interioranas sofrem mais com esses impactos do que com os obtidos em meio às décadas anteriores.
Foto destaque: Alagamento. Reprodução/Angel Hernandez/AFP/g1 Natureza