Em uma reunião ocorrida do comitê formado por médicos e pesquisadores na última sexta-feira, A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19, ligada ao Ministério da Saúde, formou e divulgou posicionamento unânime a favor da vacinação de crianças de 5 a 11 com a vacina da Pfizer.
A decisão desmente a fala de Marcelo Queiroga, ministro da saúde, na qual disse que a câmara iria se reunir apenas no dia 22 para "oferecer suas opiniões e seu documento técnico" sobre a vacinação infantil. Também na sexta-feira, o ministro declarou que a vacinação de crianças não seria consensual, o que a nota também desmente.
Frascos de vacina da Pfizer para crianças possui a tampa com cor diferente dos frascos tradicionais. (Foto: Reprodução/Tobias Schwarz/AFP)
"Tendo em vista o recente parecer favorável por parte da Anvisa em relação ao pedido de autorização para aplicação da vacina desenvolvida pela fabricante Pfizer na população pediátrica entre 5 e 11 anos de idade no Brasil, a CTAI Covid-19 manifestou-se unanimemente favorável à sua incorporação na campanha nacional de vacinação, em reunião ordinária realizada no dia 17 de dezembro de 2021", informa a câmara em nota publicada.
O discurso de Queiroga segue o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro, que é contrário à vacinação de crianças e ameaçaçou divulgar nomes dos técnicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) responsáveis pela aprovação do uso do imunizante da Pfizer.
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Diante do posicionamento de Queiroga, e do fato de que a decisão de incorporar ou não a vacina infantil da Pfizer ao calendário cabe apenas ao Ministério da Saúde, Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou na sexta-feira (17) que o governo federal apresente em até 48 horas a complementação do PNI (Programa Nacional de Vacinação) com a inclusão de crianças.
Foto destaque: Marcelo Queiroga, ministro da Saúde. Reprodução/Jefferson Rudy/Agência Senado