A Rússia começará a usar as armas nucleares táticas presentes em seu arsenal durante treinamentos, segundo comunicado do Ministério da Defesa da Rússia. As ordens teriam sido dadas pelo próprio presidente, Vladimir Putin.
As ordens teriam sido emitidas após o que o Governo Russo chama de "falas provocativas e ameaças de certas autoridades ocidentais contra a Federação Russa", as quais podem ser entendidas como as repetidas sugestões do presidente francês Emmanuel Macron de realizar uma intervenção militar na Ucrânia, de modo a ajudar o país europeu a se defender contra os constantes ataques russos dentro da guerra que já dura mais de dois anos.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (à esquerda) e o presidente da França, Emmanuel Macron (à direita), durante a assinatura do acordo de cooperação militar entre os países (Foto: reprodução/Reuters)
Nova Guerra Fria
Após as diversas declarações dos países ocidentais durante a guerra condenando a atitude russa, as tensões evoluíram para um possível conflito nuclear entre as potências do ocidente e a Rússia. A única diferença para o período da Guerra Fria é que há mais países além dos Estados Unidos lutando contra o poderio bélico russo.
Além das declarações de Macron, o Reino Unido também vem se posicionando de maneira favorável à Ucrânia. David Cameron, ex-primeiro ministro britânico e atual secretário de Relações Exteriores, afirmou que as tropas ucranianas têm direito a usar armas britânicas em sua defesa, caso necessário.
Militar ucraniano desgastado após mais de dois anos de guerra sem folga (Foto: reprodução/Yan Boechat)
Ameaça iminente
Ainda sobre os treinamentos, o Ministério da Defesa afirmou que os militares envolvidos serão treinados em como manipular as armas nucleares disponíveis no arsenal de guerra russo. Além de destacamentos navais, os integrantes do Distrito Militar do Sul, destacamento que cobre a área fronteiriça com a Ucrânia, serão incluídas nesse treinamento.
As armas que serão utilizadas são consideradas de pequeno e médio porte, como bombas e mísseis ejetáveis por seres humanos e aeronaves, mas a Rússia não descarta a possibilidade de acionar suas ogivas nucleares durante o conflito, seja contra a Ucrânia ou seus aliados. O país asiático considera a interferência de outras nações no conflito uma ameça e ofensa diplomática.
Foto destaque: Militar limpando caminhão que carregava míssil para desfile do Dia da Vitória em Moscou (Reprodução/Maxim Shemetov/Reuters)