O projeto Coralizar escolheu Tamandaré, um município litorâneo no sul de Pernambuco, para o projeto de recuperação de corais. A iniciativa se iniciou em 2019 e vem ampliando os locais de restauração. Para o ano de 2023 é esperado diversas ondas de calor para essa região e os corais já enfraquecidos e esbranquiçados podem acabar morrendo se não forem cuidados da forma certa.
Recife de corais no Porto de Galinhas, atração principal dos turistas (Foto/Reprodução: Folha Vitória/Celso Martins)
O projeto contribuiu para o salvamento de aproximadamente 2.500 corais no Porto de Galinhas, também no litoral sul de Pernambuco, foram duas espécies restauradas: Millepora alciocornis e Mussismilia harttii. A Área de Proteção Ambiental (APA) Costas dos Corais, se estende a metade do litoral do estado de Alagoas e é a maior área marítima protegida do Brasil.
Corais no litoral de Tamandaré esbranquiçado e enfraquecido (Foto/Reprodução: Fernanda Amaral)
Os recifes de corais são extremamente importantes para a manutenção de todo ecossistema marinho, acredita-se que 25% das espécies que vivem no oceano dependem dos corais em alguma fase da sua vida. Pesquisadores afirmam que os corais contribuem para o equilíbrio do clima em todo o mundo, funcionando como uma barreira natural na proteção de áreas costeiras, onde cerca de 60% da população brasileira vive.
O branqueamento dos corais afeta o município de Tamandaré nos últimos anos, não há dados sobre a perda de corais, porém moradores do município afirmam que a redução no número dos recifes é visível. Com o projeto de restauração é esperado que haja a ampliação dos corais, beneficiando a biodiversidade local e também o turismo sustentável, mantendo a prática de mergulho nos corais como atração principal.
A Mussismilia harttii é responsável para conservar os recifes na totalidade, já a espécie Millepora alciocornis, cresce de forma rápida facilitando o cultivo. Durante os anos de 2019 e 2020, as ondas de calor foram responsáveis pelo branqueamento e outros danos às espécies.
“Precisamos ter um entendimento que os corais estão sob ameaça, e precisamos propor ferramentas efetivas para promover a sua resiliência”, afirma Rudã Fernandes, coordenador técnico da Biofábrica de Corais.
Como o laboratório funciona?
A recuperação dos corais é feita através da coleta dos animais que por algum motivo foram soltos das colônias, essa soltura acontece por motivos como ações mecânicas, ações humanas como choque de embarcações, remos e até pisoteamento e pelo fato mais comum que é o enfraquecimento do próprio coral. Ao chegar no laboratório os corais são cortados em partes menores sendo feito todo um processo de medição e pesagem, após esse processo os corais são levados para as mesas de cultivo, essas mesas são responsáveis na restauração dos recifes, fazendo com que os corais cresçam e se recuperem antes de voltarem para o mar.
Foto destaque: antes e depois da região de corais entre Pernambuco e Alagoas (créditos: Camila Brasil/ Reefcheck/ Tams- UFPE)