Na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Masoud Pezeshkian, presidente do Irã, discursou reiterando sua disponibilidade para uma solução nuclear entre as principais potências mundiais. Ele citou o Plano Abrangente de Ação Conjunta, como exemplo, e disse que o país estaria aberto para conversas sobre o retorno deste acordo nuclear, que foi criado em 2015. Antes dos EUA abandonarem o pacto, em decisão tomada por Donald Trump em 2018, o plano incluía Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha.
Condições para o diálogo
Pezeshkian, há pouco tempo na presidência iraniana, vem levando uma gestão mais “pragmática”. Segundo ele, a boa-fé e a integridade serão pontos indispensáveis para a retomada do diálogo. "Estamos prontos para dialogar com os participantes do acordo nuclear de 2015. Se os termos do acordo forem cumpridos na íntegra e de boa-fé, podemos iniciar o diálogo sobre outras questões", disse Pezeshkian.
Masoud Pezeshkian em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (Foto: reprodução/Spencer Platt/Getty Images Embed)
Relação desgastada com o Ocidente
Ele também se referiu aos ataques de Israel em Gaza como “genocídio” e pediu cessar-fogo. "É imperativo que a comunidade internacional assegure de imediato um cessar-fogo permanente em Gaza e ponha fim à barbárie desenfreada de Israel no Líbano, antes que tome a região e o mundo”, disse Masoud.
Em outubro de 2023, após o ataque do grupo Hamas a Israel, surgiram muitas críticas e houve um aumento de pressão em Teerã, desgastando a relação do Irã com o Ocidente. Pezeshkian manteve sua posição moderada e afirmou que o país quer se distanciar de qualquer conflito. "Procuramos a paz para todos e não temos qualquer intenção de entrar em conflito com qualquer país. O Irã opõe-se à guerra e sublinha a necessidade de uma cessação imediata do conflito militar na Ucrânia", defendeu, ainda referindo-se à guerra na Ucrânia.
79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, com Masoud Pezeshkian (Foto: reprodução/Charly Triballeau/Getty Images Embed)
Com os laços entre Irã e Rússia cada vez mais fortes, após o apoio na guerra contra a Ucrânia, há preocupação de países ocidentais em aceitar o diálogo com o país de Pezeshkian. O líder do país tenta fazer um “malabarismo” para conseguir manter relação com os dois lados, pois precisa restaurar a credibilidade do país com o ocidente. A volta do diálogo pode ser o primeiro passo para uma solução.
Foto Destaque: Masoud Pezeshkian em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (Reprodução/Getty Images Embed/Anadolu)