Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), um dos sete brasileiros votantes no Conclave iniciado na tarde desta quarta-feira (7), diz que os cardeais precisam da condução divina para escolha do novo pontífice, mas tudo indica que a votação tenha duração de três dias.
Os conclaves possuem o histórico de serem rápidos: nos últimos 10 conclaves, o novo papa foi eleito em menos de cinco dias. As votações que elegeram Bento XVI, em 2005, e Francisco, oito anos depois, foram concluídas em 48 horas.
Como acontece o Conclave
A votação para o novo papa começa em um sorteio que indica três cardeais para executar a contagem dos votos, três para coletagem de cédulas de quem estiver doente e mais três para revisão de votos.
Em cédulas, os cardeais escrevem o nome de seu escolhido, se encaminham ao altar e após declarar “Invoco como testemunha Cristo Senhor, que me há de julgar, que o meu voto é dado àquele que, segundo Deus, julgo dever ser eleito”, o papel é colocado em um prato utilizado para depositar a cédula em uma urna.
Os três cardeais sorteados para a contagem dos votos, chamados de escrutinadores, transferem os papéis da urna para outro recipiente afim de comparar a quantidade de cédulas e votantes. Um dos escrutinadores lê os nomes em voz alta, perfura os papéis com agulha através da palavra “eligo” e os amarra, enquanto os outros dois cardeais anotam os nomes.
Por fim, os responsáveis pela revisão fiscalizam a contagem dos votos: se ninguém tiver dois terços dos votos, ocorrerá um segundo turno. Acontecem dois turnos por dia, um pela manhã e um pela tarde, até que o novo papa seja eleito.
A população é informada do resultado da votação através da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. Se a fumaça for preta, os cardeais não entraram em um consenso, mas se for branca, um novo pontífice foi eleito.
Cardeais realizando uma missa antes do início do Conclave (Foto: reprodução/Franco Origlia/Getty Images Embed)
Expectativas para o novo papa
Dom Jaime Spengler, que também é arcebispo em Porto Alegre, ao ser entrevistado pela GloboNews destaca que o novo papa precisa ser alguém guiado pelo evangelho, "para que [o novo papa] possa responder à altura também dos desafios do nosso tempo, marcado sim por tanta dor, por tanta miséria, por tanta fome, tantos conflitos.” e que possua “uma palavra de fé e de esperança”. “Eu creio que o Espírito de Deus dá para cada tempo o homem certo. Assim foi com Francisco, assim foi com Bento, assim foi com João Paulo II”, diz o cardeal.
Nesta quarta-feira (7), a fumaça preta foi liberada, os 133 cardeais não entraram em acordo e um novo papa não foi eleito. As votações continuam nos próximos dias e os fiéis e o mundo inteiro permanecem atentos nas eleições.
Foto destaque: Dom Jaime Spengler em Porto Alegre após ser nomeado cardeal (Reprodução/Léo Mayer/Arquidiocese de Porto Alegre)