Nesta sexta-feira, dia 17, o porta-voz do departamento de Estado dos EUA, Ned Price, se manifestou em suas redes sociais sobre o assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips. Ele prestou suas condolências às famílias das vítimas e pediu "responsabilidade e justiça" pelo assassinato dos dois.
“Nossas condolências para os familiares de Dom Phillips e Bruno Pereira, assassinados por apoiar a conservação da floresta e as pessoas nativas de lá. Nós pedimos por responsabilidade e justiça — devemos apoiar coletivamente os esforços para proteger os defensores do meio ambiente e os jornalistas.” publicou o porta-voz em sua conta no Twitter.
Diversas ONGs, lideranças indígenas, pessoas próximas dos dois e até a ONU, lamentaram os assassinatos e vincularam o ocorrido à impunidade de outros crimes que aconteceram na região. Eles também culpam o presidente Jair Bolsonaro, por incentivar a exploração comercial daquelas áreas protegidas.
Ned Price, porta-voz do departamento de Estado dos EUA, durante entrevista em fevereiro de 2022 (Foto: Reprodução/Carlos Barria/Reuters)
Bolsonaro chamou a viagem, realizada por Bruno e Dom, de “aventura não recomendável” e disse que o jornalista era “malvisto” por criminosos da região. Ele ainda disse que os dois estavam realizando o percurso sem a autorização da Funai (Fundação Nacional do Índio), contudo Bruno Pereira conseguiu a autorização dias antes dele e do jornalista embarcarem no percurso do rio Itaguaí.
A morte do jornalista inglês e do indigenista foi confirmada na última quarta-feira, dia 15, quando Amarildo da Costa Pereira, conhecido como "Pelado", confessou os assassinatos e indicou para a Polícia Federal os locais onde teriam sido enterrados os corpos.
Os restos mortais foram recolhidos e levados para Brasília, no Distrito Federal, para serem analisados por peritos. Já no final da tarde do dia 17, a PF revelou que um dos corpos encontrados é do repórter inglês, Dom Phillips. A organização acredita que o crime não teve um mandante e que os dois suspeitos agiram por conta própria, porém lideranças indígenas ligadas a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) contestam a hipótese.
Foto Destaque: Indigenas protestam a morte de Bruno Pereira e Dom Philips. Reprodução/Reuters