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Pesquisa revela que feminicídio no Brasil aumentou 1,6% em um ano

Os dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que esse é o maior aumento já visto desde 2015, quando a lei do feminicídio foi instituída

07 Mar 2024 - 14h26 | Atualizado em 07 Mar 2024 - 14h26
Pesquisa revela que feminicídio no Brasil aumentou 1,6% em um ano Lorena Bueri

Um estudo divulgado nesta quinta-feira (07) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), expôs que no Brasil 1.463 mulheres foram vítimas de feminicídio em um ano, o que representa aumento de 1,6% em relação a 2022. Ao todo, 18 estados tiveram 1,4 mortes por cada 100 mil habitantes, ficando acima da média nacional. A pesquisa leva em consideração apenas os casos notificados pelas polícias dos estados.

Mato Grosso lidera

O estado do Mato Grosso lidera essa triste estatística com uma taxa de 2,5 de mulheres que perderam a vida vítimas do feminicídio. Acre, Tocantins e Rondônia estão empatados em segundo lugar com uma taxa de 2,4 em cada 100 mil habitantes. Já no Distrito Federal, que ficou em terceiro lugar, 2,3 mulheres foram mortas em 2022.

Ceará e São Paulo com menores taxas

O Ceará é o estado onde menos mulheres foram vítimas de feminicídio no último ano, com 0,9 casos a cada 100 mil habitantes. São Paulo vem em seguida com 1,0 e o Amapá com 1,1 vítimas.

Em relação ao Ceará, o Fórum faz uma ressalva pois o a Polícia Civil do estado não tem feito o reconhecimento dos casos de forma clara, não tipificando corretamente quando mulheres são vítimas de feminicídio. A FBSP aponta que o estado é o que mais pode ter subnotificações e esse número não ser o real. Das 264 mulheres mortas no ano passado, somente 28 casos foram enquadrados como feminicídio, ou seja, 10,6% dos óbitos.

Região Centro-Oeste é mais violenta

Em relação aos casos de feminicídio, a região Centro-Oeste é a que registrou o maior número na taxa de mortes, com dois casos a cada 100 mil habitantes, enquanto a região Norte com 1,6, Sul com 1,5, Nordeste 1,4 e, por último, a Sudeste com 1,2 ocorrências confirmadas.

O Sudeste foi a região que apresentou o aumento de casos mais significativo, saindo de 512 mulheres vítimas em 2022 para 538 em 2023. O tema foi bastante usado e debatido pelos candidatos nas últimas eleições para Governador, porém os números apresentados pelo Fórum mostram que os eleitos pouco fizeram na prática para coibir esse crime.


Feminicídio no BrasilO número de mulheres vítimas de feminicídio aumenta no Brasil (Foto: reprodução/X/@Metropoles)


Mais jovens são as maiores vítimas

O Fórum esmiuçou na pesquisa que em 2022 a maioria absoluta de mulheres com idade entre 18 e 44 anos foram as grandes vítimas, com 71,9% dos casos. 16,1% tinham entre 18 e 24 anos e 14,6% entre 25 e 29 anos. Já acima dos 30 anos, aumento de 13,2% entre 30 e 34 anos, de 14,5 entre 35 e 39 anos.

Em relação a etnia racial, a pesquisa revelou que as mulheres pretas e pardas lideram entre as vítimas com 61,1%, seguidas das brancas com 38,4%, amarelas e indígenas com 0,3% de casos a cada 100 mil habitantes.

Dados dos autores

A maioria dos autores do crime são cometidos por parceiros ou ex-parceiros íntimo, com 73% dos casos, seguido por familiares com 10,7%, autores desconhecidos 8,3% e por outros tipos de conhecidos com 8%.

Denunciando o feminicídio

A Polícia Militar do seu estado está apta a ouvir a sua denúncia sobre qualquer caso de feminicídio e o número 190 está 24 horas em funcionamento e a ligação é gratuita. O Governo Federal tem um número específico para ouvir as acusações de crime domésticos. O número 180 é para a Central de Atendimento a Mulher. Caso não se sinta segura em usar o telefone, pode ir até uma Delegacia da Mulher mais perto de sua residência. O anonimato é garantido.

 

Foto Destaque: Centro-Oeste lidera entre as regiões onde mais se matam mulheres no Brasil (Reprodução/X/ @PCERJ)

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