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Pesquisa de mRNA de Karikó e Weissman ganha Prêmio Nobel de Medicina

Katalin Karikó e Drew Weissman, húngara e americano, ganharam o Nobel de Medicina de 2023 por descobertas sobre modificação de mRNA, que possibilitou vacinas eficazes contra a Covid-19

02 Out 2023 - 20h06 | Atualizado em 02 Out 2023 - 20h06
Pesquisa de mRNA de Karikó e Weissman ganha Prêmio Nobel de Medicina Lorena Bueri

O anúncio do Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina de 2023 trouxe à tona dois nomes: Katalin Karikó e Drew Weissman. A premiação, realizada pela Assembleia Nobel do Instituto Karolinska da Suécia, reconhece as contribuições significativas desses dois pesquisadores na ciência médica, mais especificamente, no desenvolvimento de vacinas de mRNA contra a COVID-19.


Katalin Karikó e Drew Weissman ganharam o Nobel em Medicina neste ano. Universidades da Pensilvânia, onde Weissman é professor, e de Szegedi, na Hungária, onde Karikó estudou comemoraram.

Katalin Karikó e Drew Weissman ganharam o Nobel em Medicina em 2023. (Foto: reprodução/Facebook/Study in Szeged)


Nobel em vacinas efetivas contra COVID-19

A comunidade científica e o mundo em geral foram pegos de surpresa com a pandemia de Covid-19. Mas, graças às inovações em biotecnologia, especificamente no campo do RNA mensageiro (mRNA), vacinas eficazes foram desenvolvidas em tempo recorde. Katalin Karikó e Drew Weissman, agraciados com o Prêmio Nobel de Medicina de 2023 por serem parte importante nessa luta.


Dupla de cientistas desenvolveu pesquisa fundamental para as mais eficazes vacinas contra a COVID-19

Dupla de cientistas desenvolveu pesquisa fundamental para as mais eficazes vacinas contra a COVID-19. (Foto: reprodução/Facebook/Penn Medicine)


Karikó e Weissman não são novatos no campo da ciência. Katalin Karikó já atuou como vice-presidente sênior e chefe de substituição de proteína de RNA na BioNTech alemã, enquanto Drew Weissman é um professor renomado na área de pesquisa de vacinas na Universidade da Pensilvânia.


Karikó e Weissman foram laureados com o Prêmio Nobel em Medicina nesta segunda-feira (2)

Karikó e Weissman foram laureados com o Prêmio Nobel em Medicina nesta segunda-feira (2). (Foto: reprodução/X/@NobelPrize)


A dupla trabalhou na modificação da base de nucleosídeos do mRNA, o que permitiu que o sistema imunológico humano não atacasse o mRNA produzido em laboratório. Essa descoberta foi a chave para o desenvolvimento de vacinas eficazes contra a Covid-19, que já foram administradas em cerca de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo.

 

Os heróis invisíveis das vacinas de mRNA

Katalin Karikó encontrou uma série de obstáculos em sua carreira, enfrentando demissões, cortes salariais e até ameaças de deportação. "Não estamos trabalhando em busca de qualquer tipo de recompensa. O importante era ter um produto que fosse útil", declarou Karikó após a premiação, segundo a Reuters.

Drew Weissman, por sua vez, expressou a importância da colaboração em sua trajetória: "Vimos o potencial e não estávamos dispostos a desistir". "É uma honra incrível. Acho que o importante é que não poderíamos ter chegado ao resultado sem ambos estarmos envolvidos", disse Weissman para o The New York Times.

Karikó e Weissman iniciaram sua parceria em 1998 e enfrentaram inúmeras adversidades, incluindo desinteresse da comunidade científica e financeira. Drew Weissman expressou isso de forma contundente: "Nossos telefones nunca tocaram. Ninguém se importava", afirmou Weissman ao The Washington Post, em 2021.


Paper de 2005 de Karikó e Weissman foi fundamental para pesquisa de vacinas de mRNA. (Foto: reprodução/cell.com)


O avanço significativo em suas pesquisas ocorreu em 2005, quando descobriram como modificar o mRNA de uma forma que não desencadeasse a morte celular. Este foi um marco crucial que pavimentou o caminho para o desenvolvimento de vacinas de mRNA eficazes.

 

Futuro das vacinas de mRNA além da Covid-19

Até agora, mais de 13 bilhões de doses foram administradas em todo o mundo. "Eles demonstraram que mudar o tipo de nucleotídeos de RNA na vacina alterava como as células a viam, efetivamente aumentando a eficiência da vacinação: mais resposta com menos RNA", observa John Tregoning, especialista em imunologia, para a revista Nature.

A tecnologia de mRNA está sendo explorada para outras doenças como influenza, HIV, malária e Zika. "Esta descoberta abriu um novo capítulo para a medicina. O investimento em pesquisa básica de longo prazo é muito importante", afirma Qiang Pan Hammarström, um dos membros do comitê do prêmio.

 

Pesquisa de vacinas de mRNA: um marco histórico na medicina

  • 1961–1990: Descoberta do mRNA e primeiros estudos de seu uso na medicina.
  • 2005: Weissman e Kariko publicam uma pesquisa revolucionária — artigo "Suppression of RNA Recognition by Toll-like Receptors: The Impact of Nucleoside Modification and the Evolutionary Origin of RNA" — mostrando que o mRNA modificado pode entregar instruções às células com segurança, sem sobrecarregar o sistema imunológico.
  • 2005–2016: Pesquisa sobre o uso de lipídios como envelopes para entregar informações às células do corpo.
  • 2016: Colaboração entre cientistas do NIH e da Moderna para o design geral de uma vacina que usa mRNA viral.
  • 2020:
    • Janeiro: A pandemia de COVID-19 começa em Wuhan, China.
    • Março: Os ensaios clínicos do NIH para a vacina de mRNA da Moderna começam.
    • Abril: O NIH lança o Accelerating COVID-19 Therapeutic Interventions and Vaccines (ACTIV), uma parceria público-privada para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas contra COVID-19.
  • 2021:
    • Novembro: Um grande ensaio clínico de Fase 3 da vacina de mRNA da Moderna mostra resultados intermediários promissores.
    • 11 de dezembro: A FDA concede uma autorização de uso emergencial (EUA) à vacina de mRNA da Pfizer-BioNTech para pessoas com 16 anos ou mais.
    • 18 de dezembro: A FDA concede uma EUA à vacina de mRNA da Moderna para pessoas com 18 anos ou mais.
    • 23 de dezembro: As vacinas de mRNA são rapidamente implantadas em todo o mundo, ajudando a salvar milhões de vidas.
  • 2022:
    • Março: O NIH lança ensaios clínicos de Fase 1 para três vacinas de mRNA contra o HIV.

Foto destaque: Katalin Karikó e Drew Weissman foram laureados com o Nobel de Medicina em 2023 por suas pesquisas que viabilizaram resposta rápida à COVID-19. Reprodução/Facebook/Penn Medicine.

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