Holanda e Dinamarca anunciaram que também farão parte do boicote diplomático às Olimpíadas de Inverno de Pequim. Nesta sexta-feira (14), o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Jeppe Kofod, informou que o país se associou ao boicote diplomático devido à “preocupação com a situação dos direitos humanos na China”. Por parte da Holanda, um porta-voz do ministério das Relações Exteriores do país afirmou que a decisão dos holandeses é baseada nas restrições contra a Covid-19.
Precursores da iniciativa, os Estados Unidos comunicaram a deliberação no dia 06 de dezembro de 2021. O boicote consiste em não enviar representação diplomática ou oficial para os Jogos Olímpicos e a Paralimpíada de Inverno de Pequim. Contudo, os atletas ainda podem participar da competição. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, expôs o motivo que levou à postura:
“O genocídio e os crimes contra a humanidade em curso em Xinjiang e outros abusos de direitos humanos”, cita Psaki.
Jogos Olímpicos de Inverno começam no dia 4 de fevereiro de 2022. (Foto: Reprodução/Behrouz MEHRI/AFP)
Segundo investigações da BBC, a China detém membros da etnia muçulmana uigur em campos de tortura, trabalho forçado e abuso sexual. Uma das entrevistadas testemunhou que mulheres eram retiradas das suas celas “todas as noites” e estupradas por homens chineses mascarados.
Em fevereiro de 2021, o canal publicou, em primeira mão, relatos de estupro sistemático, abuso sexual e tortura de detidas. No ano anterior, a BBC também mostrou que a China estava obrigando centenas de milhares de uigures e membros de outras minorias étnicas a realizar trabalhos manuais extenuantes nos campos de algodão da região, reportagem intitulada “Algodão 'manchado' da China: novas evidências de trabalho forçado no centro da indústria da moda global”.
Em março de 2021, União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá determinaram sanções à China pela situação dos uigures. Entre as medidas, estão proibições de viagens e congelamento de bens. Apesar das denúncias, Pequim nega as acusações e afirma que são apenas instalações de "reeducação" no combate ao terrorismo.
Foto Destaque: Anéis olímpicos. Reprodução/Pixabay