Neste domingo (10), o programa Fantástico exibiu uma reportagem que mostrou como se deu a operação da Polícia Federal brasileira, que agiu em conjunto aos governos paraguaio e norte-americano, para desmantelar uma das maiores organizações criminosas de tráfico internacional de armas na última terça-feira (5). Tal organização era a responsável pelo fornecimento do armamento pesado das maiores facções brasileiras, Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho.
Logística da organização
As investigações realizadas pela PF definiram o caminho das armas: de origem de países europeus como a Croácia, Eslovênia, República Tcheca e Turquia, eram enviadas ao Paraguai, recebidas com a autorização de Jorge Antonio Orue, da Dimabel, órgão de fiscalização de armas no país, chefiado por militares, e de lá, encaminhadas também ao Brasil - Orue, entregou-se a polícia na última quarta-feira; o chefe da operação, o argentino Diego Hernan Dirísio, traficante de armas de 49 anos, considerado o maior da América do Sul; e como principal destinatário para as armas de alto calibre, Fhillip da Silva Gregório, o "Professor", traficante de drogas do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro - ambos foragidos da polícia.
Caminho das armas da organização criminosa (Infográfico: reprodução/G1)
Detalhes da operação da PF
Segundo declaração de Flávio Albergaria, delegado da Polícia Federal, a operação, que teve início na Bahia, em 2020, durou cerca de três anos até o desmanche da organização na semana passada, quando 54 pessoas, nos três países, Brasil, Paraguai e Estados Unidos, foram alvos de mandados de busca e apreensão, tendo sido efetuadas 16 prisões até o momento.
Dirísio, chefe da organização, tinha uma empresa legal no Paraguai, a IAS, que, inclusive, era fornecedora do governo paraguaio, através da qual adquiria as armas que vinham da Europa. A empresa do traficante fornecia equipamentos bélicos para a polícia e o exército do Paraguai.
Dirísio e Gregório
Ambos criminosos, chefes de suas organizações, ostentavam luxo em suas vidas diárias. As investigações da PF descobriram que Gregório não saia de seu reduto a mais de trés anos e lá, no Complexo do Alemão, chegou a montar uma estrutura para receber equipes médicas para realização de procedimentos estéticos.
Como os dois principais criminosos, alvos da operação, estão foragidos, tiveram seus nomes incluídos na lista vermelha da Interpol, a qual já foi feito o pedido de que, caso sejam presos no exterior, os mesmos sejam extraditados para o Brasil, para aqui serem julgados e condenados.
Foto Destaque: apreensão realizada pela Polícia Federal na casa de Diego Hernan Dirísio (Reprodução/G1)