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Nova operação de resgate em Gaza não será fácil, afirmam autoridades brasileiras

O presidente Lula declarou que tentaria trazer ao país os familiares do grupo repatriado na última segunda-feira (13) . No entanto, mais da metade da lista de pessoas que desejam deixar Gaza é composta por palestinos, sem cidadania local.

16 Nov 2023 - 14h36 | Atualizado em 16 Nov 2023 - 14h36
Nova operação de resgate em Gaza não será fácil, afirmam autoridades brasileiras  Lorena Bueri

Os brasileiros resgatados de Gaza, que chegaram na última segunda-feira (13) a Brasília, tiveram que esperar sete listas de estrangeiros autorizados a deixar o território palestino para serem repatriados ao Brasil. De acordo com as autoridades do Itamaraty, uma nova operação de resgate, prometida pelo presidente Luiz Inácio da Silva, deve ser ainda mais difícil de conseguir.

Lula, a primeira-dama, Janja da Silva, e outras autoridades do país encontraram o grupo de 32 pessoas assim que chegaram à Base Aérea de Brasília. Na capital, o presidente afirmou que tentaria uma segunda lista para trazer ao Brasil os familiares dos repatriados, além de outros brasileiros.

“Mesmo que seja nascido lá, que seja palestino de origem, a gente vai buscar. Se os parentes estiverem aqui e pedirem, a gente vai tentar trazer, é um compromisso que nós fizemos”, declarou Lula.

De acordo com a CNN, cerca de 50 pessoas – incluindo brasileiros e familiares – solicitaram a saída de Gaza. No entanto, segundo fontes do Itamaraty à CNN, as negociações com autoridades no comando de Gaza não serão simples - principalmente pelo fato da maioria dos parentes dos repatriados serem palestinos, sem cidadania local.


Jovem repatriada afirma que quer ajudar brasileiros e familiares a deixar Gaza. (Vídeo: Reprodução/Youtube/UOL).


Primeira operação de resgate

Os 32 repatriados esperaram por 31 dias até serem autorizados a deixar Gaza. Para isso, o governo brasileiro negociou com Israel, Egito e Hamas. O grupo, que contava com 22 brasileiros e 10 palestinos, foi dividido em dois: 16 ficaram instalados em Rafah, no Sul de Gaza, e o restante foi alocado em Khan Yunis.

Enquanto esperam autorização para sair do território palestino, os representantes do Brasil garantem, além de um seguro local, recursos aos repatriados, como: alimentos, medicamentos, gás, água potável e atendimento médico e psicológico online.

Dois após a liberação da saída do grupo, no domingo (12), eles atravessaram a fronteira para o Egito e seguiram para o Cairo, onde embarcaram em um voo diretamente para Brasília.

Onde o grupo permanecerá no território brasileiro

O secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, afirmou que “alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, então serão deslocados para esses locais” , mas quase metade do grupo não tem onde se estabelecer no país. Esta parcela, a partir de iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Social, será acolhida em um local no interior de São Paulo.

De acordo com Botelho, o grupo de 22 pessoas ficará num abrigo especializado em receber refugiados. A localização deste centro de acolhimento não foi revelada por motivos de segurança.

Foto destaque: primeira lista de autorizados a sair de Gaza chega a Brasília. (Reprodução/REUTERS/Ueslei Marcelino).

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