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Navios de guerra do Irã atracam no porto do RJ e causam comoção internacional

Visita causou comoção entre as autoridades internacionais; EUA e Israel se manifestaram sobre o assunto. Brasil havia permitido a entrada ainda em janeiro, no entanto, na semana do encontro entre Lula e Biden a decisão foi adiada

02 Mar 2023 - 21h10 | Atualizado em 02 Mar 2023 - 21h10
Navios de guerra do Irã atracam no porto do RJ e causam comoção internacional Lorena Bueri

A visita dos navios Iris Makran e Iris Dena, ambos pertencentes à Marinha do Irã, está dando o que falar internacionalmente. Os dois navios, que estão atracados no Porto do Rio de Janeiro fazem uma visita ao Brasil autorizada pelo governo federal e publicada no Diário Oficial da União.

A autorização, no entanto, prevê que os navios fiquem no Porto somente até o dia 4 de março. As embarcações chegaram no dia 26 de fevereiro. O despacho, assinado pelo vice-chefe do Estado-Maior da Armada, Vice-Almirante Carlos Eduardo Horta Arentz, prevê que o desembarque da tripulação, assim como o seu "convívio social" estão sujeitos às normas sanitárias vigentes na cidade do Rio de Janeiro e devem estar de acordo com as condições epidemiológicas a época da visita.

As presenças dos navios dentro do país causou revolta na comunidade internacional. Autoridades dos Estados Unidos e de Israel protestaram contra a estadia das embarcações. Através de suas redes sociais, o senador norte-americano Ted Cruz, publicou uma declaração condenando a presença dos navios no Rio, afirmando que “a atracação de navios de guerra iranianos no Brasil tem consequências perigosas e é uma ameaça direta à segurança dos americanos”.


Brasil havia permitido a entrada dos navios ainda em janeiro, mas a decisão foi adiada na semana do encontro entre Lula e Biden (Foto: Pedro Kirilos/Estadão/Reprodução)


No mês passado, dias antes do encontro entre os presidentes Lula e Joe Biden, a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Bagley, solicitou que o governo brasileiro não autorizasse a entrada dos navios, alegando que, “no passado, eles facilitavam o comércio ilegal e atividades terroristas”. O pedido americano, à época, surtiu efeito e fazendo com que o Brasil adiasse a decisão sobre o atracamento para o final do mês.

No Twitter, o porta-voz da chancelaria de Israel, Lior Haiat, se juntou aos EUA e condenou a decisão da marinha brasileira em permitir a entrada das embarcações, categorizando-a como "perigosa e lamentável". 

“O Brasil não deveria favorecer um Estado maligno, responsável por diversas violações de direitos humanos contra seus próprios cidadãos”, afirmou Haiat. O porta-voz ainda disse que o Brasil deveria “seguir os passos de outras nações e reconhecer o Irã como ‘entidade terrorista’”.

 

Foto destaque: Brasil havia permitido a entrada dos navios ainda em janeiro, mas a decisão foi adiada na semana do encontro entre Lula e Biden (Ricardo Moraes/Reuters/Reprodução)

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