No ano de 2021, no mês de novembro, arqueólogos iniciaram a exploração dos possíveis restos de um navio naufragado no litoral norte da Alemanha. Na última segunda-feira (03), a equipe contou ao público as suas diligências no que se notou ser uma embarcação mercante do século 17, pertencente à Liga Hanseática.
Depois de uma missão de resgate vasta (a primeira realizada com sucesso de um veículo comercial desse período na região), o tesouro submarino está limpo e documentado, e possui itens de porcelana e partes do aparelho náutico, além de 180 peças de madeira. A popa está especialmente bem conservada.
A descoberta é muito importante para ilustrar o cotidiano da época. Apesar de inúmeros navios de guerra já terem sido encontrados e recolhidos no Mar Báltico, este navio mercante em especial mostra evidências de uma vida civil naquele período. Entre os diversos objetos encontrados na embarcação é possível ver uma garrafa de bebida com a palavra "Londn" gravada. Foram encontrados também ossos de animais e resíduos nas peças de porcelana, sugerindo assim que se comia a bordo.
Franco de bebida com "Londn" gravado está entre tesouros do dia a dia no navio de Lübeck. Reprodução: Jonas Walzber/DW
De volta à água para gerações futuras
Os restos da embarcação foram encontrados no rio Trave acerca de 11 metros de profundidade, localizado perto da cidade portuária de Lübeck, no Mar Báltico, no nordeste alemão. A medição de rotina realizada revelou o navio com suas porporções de cerca de 25 metros de comprimento por seis metros de largura.
Peritos suspeitam que ele estava em deslocamento para Escandinávia. Marcas pretas em boa parte da madeira sugerem um possivel incêndio a bordo e isso pode ter causado o naufrágio. A carga também pode ter auxiliado para o desastre: 150 barris de cal viva (óxido de cálcio), substância altamente inflamável utilizada no século 17 como material de construção.
Neste momento os achados võ estar sujeitos a um rastreamento 3D num galpão de armazém de Lübeck, mantidos em tanques cheios d'água. Felix Rosch diretor do projeto explica que é preciso fazer isso porque senão o material vai secar e se decompor rapidamente.
Segundo a responsavél da Cultura da cidade, Monika Frank, existe uma possibilidade de que os itens, com entorno de 400 anos de existência, voltem a ser submergidos depois dos estudos, para assim ficarem preservados para futuras gerações.
Criada em fins do século 12, a Liga Hanseática era uma confederação comercial e defensiva de cidades e guildas de comerciantes da área dos mares do Norte e Báltico, com extensão da Holanda à Polônia, e no norte ao longo do litoral da Escandinávia.
Foto Destaque: Restos do navio mercante têm que ser mantidos submersos, para evitar decomposição. (Reprodução: Jonas Walzber/DW)