Após a rebelião do grupo Wagner - uma organização russa de mercenários que luta na guerra da Ucrânia ao lado das tropas de Moscou - ameaçar invadir a capital da Rússia neste fim de semana, preocupações com a segurança dos arsenais nucleares russos são reavivadas.
Com medo inclusive de acontecer uma batalha sangrenta, o líder do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, ordenou que seus combatentes voltassem para os acampamentos.
O temor no Ocidente é de que facções possam ter acesso às bombas nucleares do país liderado por Vladimir Putin, levantando questões sobre o que aconteceria com o arsenal nuclear russo em meio a uma convulsão doméstica.
Soldados do Grupo Wagner posicionado em Rostov-on-Don, na Rússia (Foto: Reprodução/REUTERS)
Autoridades dos EUA afirmam não ver uma ameaça imediata à segurança estratégica e tática da Rússia. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que o acordo conseguiu enviar os combatentes do Wagner de volta à os seus campos, com o objetivo de evitar confrontos e derramamento de sangue.
O ex-comandante de inteligência dos EUA relatou que imagens de tanques nas ruas russas trouxeram à mente o golpe fracassado de 1991 pela linha dura comunista que levantou preocupações sobre a segurança do arsenal nuclear soviético e a possibilidade de integrantes do Wagner roubarem ogiva nuclear.
Com aproximadamente 5.977 bombas nucleares estimadas no ano passado, o arsenal nuclear da Rússia é o maior do mundo. Já os Estados Unidos possuem cerca de 5.428 ogivas.
O atual cenário que preocupa é a possibilidade de uma facção militar obter capacidade de tomada de decisão sobre algumas dessas armas, caso haja divisões em relação à guerra na Ucrânia.
O motim começou depois de Yevgeny Prigozhin compartilhar mensagens nas redes sociais na última sexta-feira (23). Nas publicações, o chefde do grupo acusou o ministério da Defesa da Rússia, chefiado por Sergei Shoigu, de realizar um ataque contra seus combatentes e afirmou que muitos morreram. Já o governo da Rússia negou as acusações.
Foto Destaque: Tropas do grupo de mercenários Wagner. Reprodução/Reuters