A cantora Katy Perry passou pelo espaço com mais cinco mulheres nesta segunda-feira (14). A missão foi realizada no foguete New Shepard, da Blue Origin, empresa do bilionário Jeff Bezos e foi considerada de grande importância para a realização de estudos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, no intuito de desenvolver novos sistemas de cultivo sustentável fora da Terra.
Na bagagem da ex-cientista de foguetes Aisha Bowe havia sementes de grão-de-bico e plantas de batata-doce preparadas na instituição brasileira. Esses objetivos vão aprimorar técnicas de melhoramento genético e trazer inovações para a agricultura praticada em nosso planeta.
A missão
A missão NS-31 ocorreu por volta das 10:30 (Brasília), em uma das bases da empresa de turismo espacial nas proximidades de Van Horn, no leste do Texas. O foguete ultrapassou a Linha de Kárman, que é o limite de 100 quilômetros de altitude entre a atmosfera terrestre e o espaço sideral.
No espaço, foram cerca de quatro minutos de zero gravidade, em seguida o propulsor iniciou uma descida, tocando o chão novamente por volta de 7minutos e 20 segundos de viagem quando os paraquedas da cápsula se abriram com 8 minutos e 22 segundos, o que garantiu uma descida tranquila tocando o solo exatamente com 10 minutos e 21 segundos.
Lauren Sánchez, ex-jornalista, filantropa e noiva de Jeff Bezos, foi a primeira a sair da cápsula, seguida de Katy Perry, que bastante emocionada, beijou o chão. Em seguida veio Amanda Nguyen, pesquisadora em bioastronáutica, Aisha Bowe, engenheira aeroespacial e ex-cientista da NASA, Gayle King que é jornalista e âncora da CBS e Kerianne Flynn, produtora do setor audiovisual.
Cantora Katy Pery e mais cinco astronautas na missão espacial (Vídeo: reprodução/Instagram/@katypery)
Sobre o estudo
O estudo proposto faz parte da Rede Space Farming Brasil, que é um grupo de pesquisas da Agência Espacial Brasileira (AEB), e traz a possibilidade de desenvolver novas formas de cultivo de sementes no espaço para as gerações futuras. Esses estudos podem avaliar os benefícios das sementes em um ambiente espacial com radiação elevada, a baixa gravidade e a ausência de solo o que pode auxiliar no desenvolvimento de tecnologias na agricultura na Terra, que atualmente enfrenta desafios como baixa disponibilidade de água e nutrientes no solo terrestre.
A batata-doce foi escolhida por apresentar um crescimento rápido e de fácil produção, e por gerar leguminosas ricas em carboidratos de baixo índice glicêmico e por suas folhas contêm muitas proteínas, capazes de fornecer nutrientes às astronautas. Já o grão-de-bico, foi selecionado para oferecer proteína, pois contém alto teor nutricional e adaptabilidade em diferentes climas e regiões, o que possibilita criar plantas mais produtivas e menores e com ramificações mais eretas no espaço.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste e coordenadora da Rede Space Farming Brasil, Alessandra Fávero, em um comunicado oficial à imprensa, através desses estudos será possível avançar no auxílio da agricultura brasileira, tendo novas espécies de cultivo mais tolerantes à seca, mais eficientes no uso da energia ou mais adaptadas às mudanças climáticas sendo mais nutritivas também.
Foto destaque: Katy Perry passou no espaço com mais cinco astronautas na missão NS-31 (Reprodução/blueorigin)