O depoimento do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal terminou por volta das 20h da última sexta-feira (25) . Cid foi chamado para explicar sobre trechos de conversas que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro e também com o hacker Walter Delgatti, no mês de agosto do ano passado.
Depoimento em Brasília
O advogado Cézar Bitencourt, que defende Cid, afirmou que o depoimento do tenente-coronel durou cerca de 2 horas, porém o sistema da Polícia Federal que registra as falas dos depoentes, acabou ficando fora do ar, o que fez seu cliente permanecer por mais tempo na sede da PF, em Brasília, mas não revelou detalhes sobre o conteúdo do depoimento.
Cid chegou à sede da corporação perto das 14h, em um carro descaracterizado do Polícia e entrou sem falar com a imprensa. Seu advogado disse não saber o motivo de mais um interrogatório.
A oitiva faz parte do inquérito envolvendo apurações sobre o hacker Walter Delgatti Neto e suas ações contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Delgatti ficou conhecido como "hacker da Vaza Jato", foi condenado a 20 anos de prisão, além de um multa, por invadir contas do Telegram de autoridades no ano de 2019.
Envolvimento em outros casos
Durante um depoimento dado à CPMI do Congresso que trata sobre os ataques criminosos ao STF no dia 8 de janeiro, Delgatti revelou que o então presidente Bolsonaro, questionou-o sobre fraudes nas urnas eletrônicas, em reunião realizada no Palácio da Alvorada.
Mauro Cid era ajudante de ordens de Bolsonaro (Foto: reprodução/Caio Rocha/Ishoot/Agência O Globo)
A Polícia Federal, ao interrogar Cid, quer entender o conteúdo dessa reunião, já que o tenente-coronel era o ajudante de ordens de Bolsonaro e sempre acompanhava o ex-presidente nas atividades e era responsável por cuidar da agenda de compromissos dele. Além de Cid, a deputada federal Carla Zambelli (PL) também é investigada.
O tenente-coronel está detido desde maio, por suspeita de estar envolvido no esquema de fraude dos cartões de vacinação de Jair Bolsonaro e de seus familiares. Cid é alvo de oito inquéritos, incluindo o caso das jóias sauditas e também do ataques golpistas do começo deste ano.
Foto destaque: Mauro Cid em depoimento. Reprodução/Pedro França/Agência Senado