Nesta segunda-feira (02), a cantora Margareth Menezes foi empossada como ministra da Cultura. Durante a solenidade, ocorrida no Museu da República, em Brasília, foram anunciados os novos secretários da pasta, recriada após ter sido extinta no governo de Jair Bolsonaro (PL).
A cerimônia contou com a participação da primeira-dama Janja, da antropóloga Lilia Schwarcz, da artista Fafá de Belém e de outros políticos e personalidades públicas. Ao discursar, Margareth enfatizou a relevância da cultura para o Brasil como um todo e defendeu que “nunca mais” a pasta deixe de ser ministério.
“Nós merecemos o nosso ministério. O Brasil tem uma das mais ricas, potentes e respeitadas forças de produção cultural do mundo. Que o nosso MinC [Ministério da Cultura] nunca mais desapareça”, declarou.
Ela também lembrou das dificuldades enfrentadas pelo setor cultural em consequência da pandemia de Covid-19, destacando o prejuízo econômico estimado em R$63 bilhões e a ausência de políticas culturais. Segundo a nova ministra, Lula (PT) pediu que o Ministério seja “para os artistas” e que a cultura seja uma “potência econômica” do país.
Margareth sugeriu rumos promissores para a pasta, considerando seu atual momento de reformulação. “Voltou o MinC para o lugar de onde nunca deveria ter saído, ou seja, do seu lugar na esplanada e da relevância no imaginário do povo brasileiro. Está mais forte, com mais recursos e estruturas do que qualquer outro momento de sua história”, afirmou.
“A cultura é base primordial para a educação […] é fator de desenvolvimento econômico e social, de inclusão e cidadania, mas, acima de tudo, qualifica e conscientiza uma ideia profunda de democracia. É hora de darmos as mãos, reatarmos laços possíveis e superarmos as desavenças para realizarmos uma empreitada. É preciso ter coragem de construir o novo. Ganhar e perder faz parte da democracia, e a dignidade é sinal de cidadania”, acrescentou.
Antes da cerimônia de posse, a primeira-dama Janja revelou que uma recomposição do acervo e patrimônio cultural do Palácio da Alvorada está sendo planejada (Foto: Reprodução/Correio Braziliense)
No fim da solenidade, Margareth anunciou quais nomes comandarão as secretarias do Ministério e auxiliarão no governo. Ela informou que os presidentes do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e da Fundação Casa Rui Barbosa ainda serão escolhidos.
Confira o secretariado confirmado:
Márcio Tavares (Secretaria-executiva), Roberta Martins (Secretaria dos comitês de cultura), Fabiano Piuba (Secretaria de formação livro-leitura), Zulu Araújo (Secretaria da diversidade e cultura), Hemilton Menezes (Secretaria de economia e fomento à cultura), Joelma Gonzaga (Secretaria do Audiovisual), Marcos Souza (Secretaria dos direitos autorais e intelectuais), João Jorge Rodrigues (Fundação Cultural Palmares), Marcos Lucese (Fundação Biblioteca Nacional) e Maria Marighella (Fundação Nacional das Artes - Funarte).
Foto destaque: Margareth Menezes e Lula. Reprodução/TV Cultura.