O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a privatização da Eletrobras durante entrevista concedida à TV 247 nesta terça-feira (21).
"O que foi feito na Eletrobras foi um crime de lesa-pátria. Você privatizou uma empresa daquele porte, me parece que venderam por R$ 36 bilhões, e esse dinheiro é utilizado para pagar juros da dívida pública. Não parece que existem sinais que vai baixar o preço da energia para o povo brasileiro”, disse.
Lula ainda desaprovou o modelo de privatização da estatal de energia elétrica ao afirmar que, embora tenha 40% das ações, o governo só participa com 10% das votações. “Se o governo quiser comprar mais ações, paga o triplo do preço que uma empresa comum. Foi feito para proibir a gente de tomar ela de volta”, declarou.
Segundo o mandatário, o governo busca retomar o controle da Eletrobras.
“Não vai ficar por isso”, afirmou. “Estamos entrando na justiça contra a votação do peso do governo na direção da empresa e o preço pelo qual foi vendida”.
Lula acredita que a privatização da Eletrobras foi um crime de lesa-pátria (Foto: Reproduçã/ Marcelo Camargo)
A Petrobras
O presidente também apontou os altos salários dos diretores e dos integrantes do conselho como fatores que precisam ser alterados.
“O salário dos diretores aumentou de R$ 60 mil para R$ 360 mil por mês, um cidadão que está num conselho ganha R$ 200 mil para participar de uma reunião por mês. Esses absurdos estamos vendo como mudar” declarou.
Para Lula, metade do dinheiro pago à alta cúpula da empresa poderia ser investido em pesquisa sobre o petróleo e novas fontes energéticas.
“Vamos voltar a fazer que a Petrobras seja uma grande empresa de investimento nesse país”, disse. “Não é só empresa de petróleo, é de energia, tem que se preocupar com gás, biodiesel… não pode ser vendedora para ter lucro de R$ 200 bilhões para distribuir para acionistas minoritários, quando metade desse dinheiro poderia ser investimento em salário para pesquisar novas fontes de energia e petróleo. É um absurdo”.
Foto Destaque: o presidente Lula. Reprodução/ Marcelo Camargo