Jovens do Libano estão se juntando ao Estado Islâmico para tentar fugir da pobreza. É estimado que cerca de 100 jovens tenham feito esta escolha em 2021 para tentar escapar da pobreza do país.
Em uma matéria especial da BBC, é apresentado Ahmed da cidade Trípoli, ao norte do Líbano. O jovem precisa ajudar a sua mãe doente, por isto ele se ver preso em um trabalho manual, cansativo e que lhe paga apenas alguns dólares por semana.
Durante o desespero de sua situação, Ahmed acabou encontrando um recrutador do Estado Islâmico. Ele passou a estudar sobre Sharia (leis islâmicas) e jihad (guerra santa), além de ser ensino sobre o Iraque e sobre o Estados Islâmico.
Ao ser perguntado o motivo para ter entrado no grupo, Ahmed disse que ele não estava conseguindo lidar com a sua situação, e quando entrasse no Estado Islâmico ele teria uma situação mais confortável e viveria perto do seu Deus.
Porém, a polícia conseguiu capturá-lo antes que ele pudesse entrar para o grupo e viajar para Síria ou Iraque. Ahmed foi liberado cinco dias após ser preso, mas isto não acabou com os seus problemas. Segundo Ahmed, a sua situação financeira é tão ruim que ele sente vontade de se matar.
Muitas das vezes os jovens do Líbano não possuem muitas opções para a sua vida, a crise no Líbano afeta as oportunidades de emprego e de estudo. Além disto, a religião e antecedentes familiares possuem um grande peso nas vidas dos jovens.
Bakr Saif, outro jovem libanês, também acabou se envolvendo com o grupo do Estado Islâmico. Bakr estava de casamento marcado quando desapareceu enquanto ia ver a sua esposa, seus pais souberam que ele se juntou ao grupo pelas redes sociais, e um mês depois eles receberam uma mensagem de voz alterada informando a morte do seu filho. Porém, eles não acreditam que Bakr tenha se juntado ao Estado Islâmico e muito menos tenha saído do país, como as autoridades do Líbano e Iraque dizem.
General Yahya Rasoul Abdulla alerta jovens libaneses sobre o Estado Islâmico. Reprodução/BBC
O general iraquiano Yahya Rasoul Abdulla orienta que os jovens não procurem pelo Estado Islâmico, os alertando que o grupo está os usando “como lenha para fogo”. Alertando também sobre os crimes que o Estado Islâmico comete contra as pessoas, principalmente as mulheres.
Foto em destaque: Pais de Bakr Saif não acreditam que o seu filho tenha entrado para o Estado Islâmico. Reprodução/BBC