Na sexta-feira (21), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou um novo plano para deportações em massa de imigrantes, focando desta vez em estrangeiros que estão sob a proteção de um programa de asilo criado durante a administração do ex-presidente Joe Biden.
O governo dos EUA falou que vai revogar o status legal temporário de 530.000 cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos. Se a promessa se concretizar, será a maior deportação conjunta desde o início do governo Trump. A medida deve entrar em vigor no dia 24 de abril.
Como funciona o programa
Através do programa de asilo do governo Biden, os imigrantes recebiam um visto de residência nos EUA antes de viajar, dando a possibilidade de entrar em território norte-americano de forma legal e por via aérea. O visto tinha uma validade inicial de dois anos e estava condicionado à presença de "patrocinadores", que eram cidadãos americanos responsáveis por custear a viagem.
Donald Trump revoga visto de 530mil latinos (Video:Reprodução/Youtube/CNN Brasil)
O programa foi lançado em 2022, inicialmente destinado apenas aos venezuelanos, e no ano seguinte foi ampliado para incluir cidadãos de Cuba, Haiti e Nicarágua, países com elevados índices de imigração irregular para os EUA.
Consequências da decisão de Trump
A decisão do governo Trump de retirar o status legal de quase um milhão de migrantes pode tornar muitos deles vulneráveis à deportação se optarem por permanecer nos EUA. Ainda não é claro quantas pessoas entraram nos EUA com essa proteção condicional e atualmente possuem outro status legal ou forma de proteção.
Um juiz federal dos EUA disse, no dia 21 de março, que está examinando se o governo de Donald Trump desafiou sua ordem de bloqueio de voos de deportação. O Juiz James Boasberg havia proibido a deportação de venezuelanos acusados por Trump de fazerem parte de uma das gangues mais violentas da Venezuela, baseado em uma lei do século 18, que permitiria a deportação de cidadãos estrangeiros em caso de riscos à segurança.
Washington desconsiderou a decisão e encaminhou os venezuelanos para as grandes prisões de El Salvador, em colaboração com o presidente salvadorenho Nayib Bukele, aliado de Trump.
Foto destaque: Donald Trump (Reprodução/X/@popbase)