A capital da Ucrânia, Kiev, foi atingida por um dos maiores ataques aéreos desde o início do conflito com a Rússia, na noite desta sexta-feira (23). A investida, que combinou drones e mísseis, provocou uma série de explosões e rajadas de metralhadora em diversos pontos da cidade. Segundo autoridades locais, pelo menos 15 pessoas ficaram feridas, três delas necessitando hospitalização, incluindo duas crianças.
Tymur Tkachenko, responsável interino pela administração militar da cidade, informou que destroços de armamentos interceptados atingiram quatro distritos. Ainda foram registrados dois incêndios no bairro de Solomianskyi, aumentando a tensão na cidade. Muitos moradores buscaram abrigo nas estações subterrâneas do metrô, enquanto as forças de defesa tentavam conter o ataque.
De acordo com o comando militar ucraniano, essa ofensiva foi uma das mais severas até agora, com o lançamento de 14 mísseis balísticos e cerca de 250 drones. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou a noite como "particularmente desafiadora" e reforçou seu pedido à comunidade internacional por mais sanções contra Moscou, com o objetivo de pressionar por uma trégua.
Prisioneiros de guerra são trocados em acordo histórico
Em meio aos ataques, Rússia e Ucrânia realizaram a maior troca de prisioneiros desde o início da guerra. Ao todo, 390 pessoas de cada lado, incluindo militares e civis, foram libertadas. A informação foi divulgada previamente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que destacou a importância do acordo e apontou a possibilidade de novos avanços diplomáticos entre as duas nações.
Imagem de militar ucraniano e sua família se reencontrando (Foto: reprodução/Nur Photo/Getty Imagem Embed)
O presidente ucraniano classificou a troca como "a primeira etapa" de um acordo mais amplo, que prevê a libertação de mil prisioneiros por parte de cada nação. Poucas horas após o ataque em Kiev, as autoridades anunciaram mais uma rodada, com a libertação de 307 detidos de cada lado, reforçando o compromisso com a continuidade das negociações humanitárias.
Putin anuncia zona desmilitarizada na fronteira
Enquanto as negociações avançam, o presidente russo Vladimir Putin declarou a criação de uma zona-tampão ao longo da fronteira com a Ucrânia. Segundo ele, essa medida visa garantir maior segurança ao território russo e reduzir o risco de confrontos diretos na região. Esta será a primeira área desmilitarizada estabelecida oficialmente desde o início do conflito, em 2022.
Imagem de janela quebrada após ataque russo (Foto: reprodução/Sergei Supinsky/Getty Imagem Embed)
As zonas-tampão são áreas de segurança criadas entre países em guerra, geralmente monitoradas por forças internacionais para evitar novos ataques. Embora Kiev tenha cogitado proposta semelhante no passado, não houve avanços significativos. Até o momento, o governo ucraniano não se pronunciou sobre a decisão russa de implementar essa barreira defensiva.
Foto destaque: prédio parcialmente destruído após ataque russo (Reprodução/SERGEI SUPINSKY/Getty Imagem Embed)