Pressionado por religiosos, o ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (23) que retiraria sua candidatura à presidente da república nas eleições de outubro deste ano. O ex-candidato disse que se retirou da eleição "com o coração partido, mas com a alma lavada".
"Apresento hoje meu nome ao partido. Compreendo com calma que não sou a escolha da direção do PSDB. Aceito essa realidade de cabeça erguida. Sou uma pessoa que respeita o bom senso, o diálogo e o equilíbrio. Buscando consenso, mesmo que vá contra meus desejos pessoais", disse Doria em entrevista coletiva.
"O PSDB saberá se posicionar melhor na eleição deste ano. Saio do debate com o coração ferido, mas com a alma leve. Com claro senso de responsabilidade e missão sem corrupção", disse.
O ex-governador se juntou a líderes tucanos, com o presidente nacional do partido, Bruno Araújo, em um discurso contra a candidatura paulista. Após falar emocionado, Doria recebeu aplausos.
Histórico
PSDB, MDB e Cidadania vão lançar este ano o chamado candidato presidencial de terceira via para a República, e recentemente decidiram usar os resultados das pesquisas para orientar a escolha do nome.
A investigação apontou a senadora Simone Tebbett (MDB-MS) como a opção mais viável contra Doria, que se recusou a desistir da bancada e chegou a ameaçar judicializar o caso. Em uma reunião, a presidente dos três partidos concordou com uma possível candidata para se tornar a empregada, mas eles não divulgaram oficialmente o nome dela.
Mais cedo, Doria se reuniu com lideranças tucanas, que pretendem dissuadir São Paulo de abandonar a ideia de concorrer à presidência nas eleições deste ano. Os correligionários tentam encontrar um acordo para evitar uma ruptura pública e problemática com o ex-governador.
Em conversas privadas. Tucano valeu-se de pesquisas encomendadas pelo PSDB, MDB e Cidadania, que identificaram Tebet como o melhor candidato para representar o chamado candidato da terceira via, argumentando que Doria deveria se retirar da próxima eleição.
Não há proposta para Doria. Outro argumento usado pelo tucano é uma pesquisa interna, que mostra que 56% dos brasileiros se opõem à polarização e não querem votar em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair, que ficaram em primeiro e segundo lugar respectivamente nas pesquisas eleitorais.
Foto Destaque: João Doria durante pronunciamento nesta segunda-feira (23). Foto: Reprodução/G1/Redes sociais