A operação realizada pelo exército israelense na noite deste domingo (11) na cidade de Rafah, que faz fronteira com o Egito, e onde estão milhares de refugiados, conseguiu libertar dois reféns de dupla nacionalidade, israelense-argentinos, que estavam sob cárcere pelo grupo Hamas. Eles foram conduzidos a um hospital e se encontram com estado de saúde estável, segundo o Governo de Israel.
Segundo o ministério da saúde da Palestina, o número de mortos nos ataques de Israel desta noite chega a 37 pessoas, mas de acordo com a agência de notícias Reuters, são 20 mortos até o momento. Até o momento mais de 28,1 mil palestinos foram mortos durante a guerra. O governo israelense afirmou apenas que realizou uma série de bombardeios na região, sem especificar maiores detalhes.
Proximidade com Egito
Os bombardeios israelenses começaram a noite, horário local, na cidade de Rafah, que faz fronteira com o Egito e onde está mais da metade da população de Gaza que foi obrigada a fugir do norte da região no início do conflito, em outubro. Segundo testemunhas ouvidas pela BBC, além de helicópteros, barcos e aeronaves foram utilizados nos ataques.
O Egito ameaçou na manhã de domingo (11), antes dos ataques da noite, romper os tratados de paz com Israel caso uma incursão militar fosse realizada na cidade, aumentando assim as tensões na região. A comunidade Internacional teme que uma incursão do exército israelense possa gerar um massacre na região, pois há mais de 1,3 milhões de pessoas que se refugiaram na cidade desde o início da guerra contra o Hamas.
Reféns libertados
Durante a operação, dois reféns de dupla cidadania, israelense-argentinos foram libertos pelo exército israelense. Fernando Simon Marman, de 60 anos, e Louis Har, 70 anos, estavam sob cárcere do Hamas desde 7 de outubro de 2023. Em nota, o governo argentino agradeceu a libertação dos reféns.
Os reféns Fernando Simon (esquerda) e Louis Har (direita) com suas famílias após a libertação do cárcere (Foto: reprodução/X/@Reuters)
Alerta da ONU
A Organização das Nações Unidas, ONU, emitiu um alerta à Israel pedindo para que os ataques em Rafah sejam cessados por conta do imenso número de refugiados que não tem mais para onde ir. A fronteira entre Gaza e o Egito se encontra fechada e o ataque na região pode ocasionar um massacre sem proporções, segundo a organização, pois a cidade é por onde toda a ajuda humanitária entra e com ela sob ataque, poderá matar milhares de pessoas passando necessidades.
Insatisfação internacional
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu afirmou que apenas com a entrada por terra pelo exército em Rafah será capaz de dar a vitória no conflito contra o Hamas, o que acendeu um alerta à diversos países sobre a possibilidade de um massacre e o aumento das tensões na região.
Na Inglaterra, o secretário de Relações Exteriores, David Cameron, afirmou que mais da metade da população de Gaza está abrigada na área, e que uma operação no local era perigosíssima, no ponto de vista humanitário. O Governo da Arábia Saudita alertou que um ataque em Rafah poderia gerar um aumento de tensão grave e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU.
Os Estados Unidos também se manifestaram de forma contrária a um ataque em Rafah, a menos que seja feito de forma segura, poupando a população que está no local. Anteriormente, os EUA haviam declarado que a ofensiva de Israel tem usado força excessiva.
Foto Destaque: ataque israelense na cidade de Rafah em Gaza causa preocupação internacional (reprodução/X/@Reuters)