Nesta segunda-feira (12), a Força de Defesa de Israel (FDI) divulgou que encontrou um bunker que pertence ao grupo extremista Hezbollah, no subsolo de um hospital na capital do Líbano, Beirute. Os membros do grupo israelense acharam mais de US$ 500 milhões (R$ 2,8 bilhões) em dinheiro e ouro. Segundo o governo de Israel, o hospital não será bombardeado. O mesmo foi evacuado para garantir a segurança dos trabalhadores e pacientes do local.
Centro econômico e esconderijo
O bunker era utilizado como um tipo de "centro econômico" pelo grupo extremista, com os recursos monetários do Hezbollah sendo guardados no local. Este fato explica a alta quantidade de dinheiro e ouro achados pelos militares israelenses.
Um dos militares afirmou que o bunker foi colocado abaixo de um hospital intencionalmente pelo grupo extremista, usando a instituição como escudo. Mais de meio bilhão de dólares em dinheiro e ouro foram encontrados no local. Tais recursos seriam usados para reabilitar o Hezbollah ao invés de reabilitar o Líbano. O militar termina dizendo que este dinheiro é roubado dos cidadãos do Líbano e usado para atividades terroristas.
Porém, o diretor do hospital afirmou que não havia nenhum bunker no subsolo do hospital, e pediu para que o Exército do Líbano fizesse uma investigação no local.
Além de servir como o local em que o grupo guardava dinheiro, o ex-chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, utilizava este bunker como esconderijo, segundo os militares de Israel. O líder do grupo extremista foi morto no final de setembro, após um ataque aéreo.
Hassan Nasrallah, ex-chefe do Hezbollah morto em setembro (Foto: reprodução/Patrick Baz/Getty Images Embed)
Os ataques de Israel direcionados ao Hezbollah já duram mais de 20 dias. O primeiro ataque direto aconteceu no primeiro dia de outubro.
Financiamento do grupo pelo Irã
No anúncio realizado pela FDI, também foi dito que o Hezbollah tem sido financiado pelo Irã. O grupo extremista recebe os recursos de três maneiras, segundo os militares. Uma destas maneiras é pelo petróleo que a Síria recebe do Irã. As vendas deste produto geram lucros ao Hezbollah, que são enviados pela "Unidade 4400", grupo bancário que realiza transferências.
Outro modo encontrado pelo Irã para repassar dinheiro ao Hezbollah é, segundo os militares israelenses, a embaixada do país em Beirute. Como diplomacia, o governo iraniano envia dinheiro para a embaixada e repassa para o grupo extremista.
Outro tipo de financiamento seria feito por lucros de empreendimentos que o Irã apoia, como exemplo, a exportação de gás em países como Iêmen, Líbano, Síria e Turquia, além de outros tipos de fábricas.
Na última semana, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, anunciou que pretende atacar o Irã antes das eleições dos Estados Unidos. Com os últimos anúncios da FDI, há ainda mais precedentes para o ataque.
Foto destaque: destroços em Beirute após ataque de Israel (Reprodução/Anwar Amro/AFP)